Seg, 08 de Dezembro

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ELEIÇÕES 2026

Rueda reclama de veto de Ciro Nogueira a Moro, mas cúpula PP-União Brasil vê candidatura esvaziada

Os dois partidos, PP e União Brasil, estão em processo de formação de uma federação

Presidente do União Brasil, Antonio Rueda, reclamou publicamente do veto nesta segunda (8)Presidente do União Brasil, Antonio Rueda, reclamou publicamente do veto nesta segunda (8) - Foto: União Brasil/Divulgação

O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, reclamou publicamente nesta segunda-feira (8) do veto anunciado pelo presidente do PP, Ciro Nogueira, à candidatura do senador Sergio Moro (União-PR) ao governo do Paraná em 2026.

Os dois partidos estão em processo de formação de uma federação e já solicitaram a análise pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Caso ocorra a oficialização, as siglas precisarão caminhar juntas nas eleições, o que já vem provocando divergências nos estados.

"O União Brasil tem o Senador Sergio Moro, líder absoluto em todas as pesquisas, como pré-candidato ao Governo do Estado do Paraná e irá insistir na homologação da candidatura. A intenção é de dialogar com o Progressistas no âmbito da Federação, buscando o melhor para o Paraná e também para Federação. A imposição de vetos arbitrários é inaceitável", escreveu Rueda nas redes sociais.

Apesar do posicionamento público, integrantes da cúpula da federação veem dificuldades para Moro emplacar a candidatura nesse cenário e pontuam que Ciro e Rueda têm uma relação próxima.

 

Mais cedo, o presidente do PP, Ciro Nogueira, havia afirmado que o diretório paranaense da sigla não vai homologar a candidatura do senador Sergio Moro (União-PR) ao governo estadual, abrindo um racha na federação União Brasil–PP.

A declaração, dada após reunião interna, ocorre na sequência de uma debandada no estado. 

— Participei da deliberação, e o PP no Paraná não vai homologar o nome do candidato Moro. Precisamos dialogar isso com a federação. Esse é o estado mais importante para mim, o nosso principal diretório, e o único onde ainda há discussão. 

Sergio Moro foi procurado pelo GLOBO, mas não se manifestou.

Segundo Ciro, os caciques locais ainda decidirão qual será o rumo adotado. Ele deixou em aberto a possibilidade de lançar uma candidatura própria, que seria a ex-governadora Cida Borghetti.

Outra hipótese seria apoiar o projeto de Ratinho Júnior (PSD).

Nos bastidores, aliados apontam que o caminho será junto ao governador, que trabalha para eleger como sucessor o secretário estadual de Cidades, Guto Silva.

O acerto que está sobre a mesa prevê que o grupo possa indicar o vice na chapa de Silva, numa tentativa de recompor alianças e conter a perda de quadros.

A pré-candidatura de Moro provocou um impacto imediato na estrutura da federação no Paraná. Cerca de 60 prefeitos se desfiliaram do União e PP nos últimos meses, e dois deputados federais deixaram as siglas — Filipe Francischini, ex-União, e Pedro Lupion, que migrou do PP para o Republicanos.

A avaliação interna é que manter Moro na disputa aprofundaria o isolamento político da federação e prejudicaria o desempenho das chapas proporcionais em 2026, razão pela qual a cúpula passou a defender uma reorganização.

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