Citada por Bolsonaro, associação de peritos da PF reafirmou "total confiança" nas urnas eletrônicas
Ex-presidente iniciou o seu depoimento ao ministro do STF Alexandre de Moraes defendendo o voto impresso
O ex-presidente Jair Bolsonaro iniciou seu depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira com uma defesa do voto impresso e citou, entre outros argumentos, um documento elaborado em 2017 pela Associação Nacional dos Peritos Criminais da Polícia Federal sobre o tema.
Na análise mencionada, contudo, a entidade afirmou "total confiança no sistema eleitoral brasileiro e nas urnas eletrônicas".
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Na ocasião, a proposta dos peritos da PF era que o voto impresso poderia ser adotado de forma a "complementar" o sistema eletrônico, uma vez que qualquer sistema computacional teria vulnerabilidade.
As urnas eletrônicas são usadas no país desde 1996, sem que nunca tenha havido a comprovação de fraudes.
Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) utiliza mecanismos de auditoria e verificação dos resultados que podem ser efetuados por candidatos e coligações, pelo Ministério Público, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo próprio eleitor.
Em nota divulgada em 2022, após Bolonaro se referir a essa análise feita anos antes, a associação reiterou sua confiança nas urnas eletrônicas.
"É importante reiterar que as urnas eletrônicas e o sistema eletrônico de votação já foram objeto de diversas perícias e apurações por parte da PF e que nenhum indício de ilicitude foi comprovado nas análises técnicas", diz o texto publicado pela Associação, em julho de 2022, quando Bolsonaro espalhou mentiras sobre as urnas em reunião com embaixadores.
A Polícia Federal é uma das instituições que têm competência para fiscalizar o processo eleitoral.
Os peritos da corporação participam periodicamente dos chamados Testes Públicos de Segurança (TPS), no qual especialistas e hackers testam invasões ao sistema eletrônico de votação.
Desde 1996, quando as urnas foram implementadas, nenhuma fraude foi detectada.
Em interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, Bolsonaro voltou apontar supostas fraudes no sistema eletrônico de votação, sem apresentar provas.
Diante de Moraes, o ex-mandatário tentou justificar suas declarações com a intenção de "aperfeiçoar" o sistema eleitoral e não para "descredibilizar" as eleições.
A Polícia Federal é uma das instituições que têm competência para fiscalizar o processo eleitoral.
Os peritos da corporação participam periodicamente dos chamados Testes Públicos de Segurança (TPS), no qual especialistas e hackers testam invasões ao sistema eletrônico de votação.
Desde 1996, quando as urnas foram implementadas, nenhuma fraude foi detectada.