Cota do etanol gera nova rodada de negociação nesta terça
Representantes do setor aportam em Brasília para reunião com líderes e integrantes de ministérios
Uma comitiva do setor sucroenergético desembarca em Brasília, hoje, para uma reunião com líderes partidários e representantes do governo Jair Bolsonaro. Motivo: negociar uma flexibilização do governo na decisão de ampliar a cota de importações anuais de etanol sem tarifa. O primeiro passo nessa articulação foi dado na semana passada, quando deputados aprovaram a urgência de um projeto de decreto legislativo capaz de sustar a decisão do governo. A lógica, inicialmente, foi mais de pressionar e tentar sensibilizar o Executivo. Mas detalhe: Só o PSL e o Novo votaram contra a urgência. Colocar para votar o mérito, no entanto, exige cautela maior, porque poria em risco a relação do Congresso com o Executivo. Seria a cartada, a qual só se pretende apelar em último caso. Resultado: a rodada de conversas desta terça-feira visa a evitar um embate maior. Presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha é um dos nomes do setor que integra a comitiva, formada também por empresários, a exemplo do presidente do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro. O grupo deve ir à mesa com o líder do governo, Major Vitor Hugo, e com outros líderes. De Pernambuco, são esperados: Tadeu Alencar (PSB), Augusto Coutinho (Solidariedade), André de Paula (PSD), Daniel Coelho (Cidadania) e André Ferreira (PSC).
Parlamentares sabem que a isenção concedida em portaria publicada no final de agosto impacta os produtores brasileiros, mas, sobretudo, ela atinge em cheio o Nordeste. A rodada de negociação de hoje seria o caminho mais viável na busca de consenso. Em nome do Governo Federal, participarão o secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, além de membros do Ministério de Minas e Energia e do Itamaraty. Representantes do setor querem saber se o governo vai querer manter a isenção que concedeu aos americanos e, se for assim, defendem alguns condicionantes no sentido de mitigar os efeitos. O tema foi à pauta, ontem, na 11ª edição Fórum Nordeste, evento promovido pelo Grupo EQM e indutor de discussões acerca das questões do desenvolvimento regional.