Política

Defesa de Lula reafirma que perícia comprova autenticidade de recibos

Os recibos de aluguel que são alvos de investigação foram anexados pelos advogados de Lula em outro processo, onde o ex-presidente é investigado por suspeita de ter recebido propina da Odrebrecht

Ex-presidente LulaEx-presidente Lula - Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira (26), que um laudo assinado por um renomado perito não deixa dúvidas de que são verdadeiros os recibos que comprovam os pagamentos do aluguel do apartamento vizinho ao do petista, em São Bernardo do Campo (SP), entre os anos de 2011 e 2015.

A afirmação consta das alegações finais que a defesa do petista protocolou na 13ª Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba e se referem ao processo que investiga a autenticidade das notas assinadas pelo empresário Glaucos da Costamarques, dono do apartamento contíguo ao do ex-presidente.

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"Ainda que Glaucos se recusasse a admitir a assinatura dos diversos recibos, a conclusão do renomado perito Celso M. R. Del Picchia em seu relatório pericial preliminar não deixa dúvidas ao asseverar que as assinaturas constantes dos recibos são autênticas, lançadas pelo sr. Glaucos, em diferentes estados de saúde", diz a peça.

Os recibos de aluguel que são alvos de investigação foram anexados pelos advogados de Lula em outro processo, onde o ex-presidente é investigado por suspeita de ter recebido propina da Odrebrecht. O Ministério Público Federal acusa Costamarques de ter comprado o imóvel com dinheiro de propina da empreiteira e se registrado como dono para disfarçar o real proprietário do imóvel que, segundo os procuradores, seria o ex-presidente Lula.

A defesa de Lula nega que o ex-presidente tenha em algum momento sido proprietário do apartamento e diz que o imóvel era alugado pela família Lula há vários anos, desde quando pertencia a outras pessoas. O apartamento é usado, entre outras coisas, para abrigar os seguranças que fazem a escolta pessoal de Lula.

O contrato de aluguel foi assinado entre Costamarques e a ex-primeira-dama, Marisa Letícia, em 2011. O empresário, no entanto, afirmou à Justiça que só começou a receber o dinheiro do imóvel da família do ex-presidente após o mês de novembro de 2015. Os documentos apresentados pelos advogados de Lula para derrubar a versão de Costamarques foram considerados "ideologicamente falsos" pelo Ministério Público Federal.

Os advogados do ex-presidente negam, na alegação final, que haja qualquer fraude nos documentos e pedem o encerramento do caso. "Assim, evidenciada está a necessária improcedência da presente medida incidental e o consequente reconhecimento de que os recibos de quitação de aluguel são documentos idôneos, capazes de comprovar os pagamentos efetuados por d. Marisa Letícia Lula da Silva a Glaucos da Costamarques."

O juiz Sérgio Moro deverá decidir se considera os recibos apresentados por Lula como ideologicamente falsos, como quer a Procuradoria, ou se vai apontá-los como autênticos, como pediram os advogados do ex-presidente.

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