Defesa de uma esquerda “menos sectária”
Silvio descarta que ausência na campanha tenha a ver com posição na PEC 241
A posição do deputado federal Silvio Costa a favor da PEC 241 não será alterada no segundo turno da votação, que deve ocorrer na terça-feira. “Sempre defendi o ajuste fiscal e não vou ceder ao corporativismo. Isso não diminui recursos da Saúde e da Educação”. O problema é que setores corporativistas vão ficar sem aumento por 10 anos”, crava o deputado federal do PTdoB. O entendimento diverge do adotado pelas bases sindicais do PT, partido do candidato à Prefeitura do Recife, João Paulo, em cujo palanque Silvio está. A postura de Silvio Costa - que se manterá, garante ele, na oposição à gestão Michel Temer “até o último dia desse governo” - não é vista como problema pelo prefeiturável. “Isso é uma compreensão isolada que ele tem. Não que haja sinalização no sentido de apoio ao governo Temer”, pontua João Paulo, que admite: “Nossa base é contrária”. O petista registra que Silvio justificou com antecedência a posição que assumiria. “Ele falou que é posição que ele defende, mas nada que fosse comprometer a nossa relação”, explica João Paulo, lembrando que o caso é o mesmo do senador Armando Monteiro Neto, também a favor da PEC 241. Segundo ele, o “clima incômodo é só com a base sindicalista”. Silvio justifica estar ausente “do processo de rua desde que teve início o primeiro turno da eleição”. E grifa: “Não sou candidato. Estou ajudando de outras formas”. O parlamentar sublinha: “Não defendo, hoje, o que não defendia ontem”. Na aposta dele, após esse processo, “a esquerda brasileira vai revisar alguns valores, para passar a ser menos sectária e menos corporativista”.