Depoimento detalha esquema
Por meio de denúncia do servidor José Coelho Pereira Neto, ex-secretário geral da Câmara, o procurador tomou conhecimento de um esquema de uso indevido da folha de pagamento por vereadores.
O relato detalha o esquema que serviria para suprir as dificuldades de financiamento de campanha imposto pela legislação eleitoral, para o pleito deste ano, e chegava a render R$ 70 mil por mês para cada vereador.
As irregularidades seriam praticadas pelos membros da mesa diretora da Casa e envolvia inicialmente apenas os vereadores Vado Jogador, Eurico Moura, Tonzinho Basílio, Sargento Sampaio, Samoel da Sorveteria e Charles Motorista. Com a evolução das investigações, contudo, surgiram novos nomes e a Operação Caixa de Pandora atingiu mais de 19 legisladores.
Os servidores recebiam apenas um valor simbólico depositado em conta e mal apareciam para dar expediente. Em uma conversa, o vereador Sargento Sampaio teria declarado ao procurador que o esquema conseguiria obter cerca de R$ 70 mil por mês. Até mesmo o valor do auxílio alimentação chegou a ser elevado de R$ 700 para R$ 1.500,00 somente para ampliar as vantagens dos legisladores.
O procurador e outros servidores começaram a ser pressionados para falsificar documentos com o intuito de esconder o esquema. Por não ceder às ameaças, Paulo Thiago Bezerra foi exonerado do cargo no dia 1° de junho deste ano. Oito dias após a exoneração, ele prestou depoimento denunciando as irregularidades e o inquérito da Polícia Civil teve prosseguimento.