Política

Eduardo Bolsonaro usa homenagem na Paulista para dizer que PM apoiava ato pró-Bolsonaro

O deputado dá a entender que a Polícia Militar do Estado de São Paulo apoiaria ato realizado na avenida Paulista nesse domingo (24)

Eduardo BolsonaroEduardo Bolsonaro - Foto: Agência Brasil

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) divulgou nesta segunda-feira (25) vídeo em suas redes sociais em que dá a entender que a Polícia Militar do Estado de São Paulo apoiaria ato realizado na avenida Paulista nesse domingo (24) em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"A Polícia Militar de São Paulo nunca decepciona, sempre dá o exemplo", escreveu Eduardo, com um vídeo da publicação. No entanto, a reportagem apurou com policiais e especialistas em segurança pública que o ato foi uma homenagem a um policial morto em serviço.

A versão foi a mesma publicada por outros aliados do presidente, como o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson. No entanto, João Doria (PSDB) e a SSP (Secretaria da Segurança Pública) rebateram. Em resposta, o governador de São Paulo divulgou mensagem no Twitter para negar que policiais militares tenham prestado continência a manifestantes que ocuparam a avenida Paulista horas antes.

"É absolutamente falsa a notícia que Policiais Militares de SP prestaram continência hoje a manifestantes. Os PMs prestaram continência e fizeram um minuto de silêncio nessa tarde, em homenagem ao soldado Lucas Leite, que morreu em serviço ontem à noite na capital", escreveu Doria.

Leia também:
Bolsonaro participa de novo ato enquanto Brasil passa dos 16 mil mortos
Líder de atos pró-Bolsonaro admite armas em movimento, mas apenas para proteção
Manifestantes pró-Bolsonaro agridem e ameaçam jornalistas em ato no Planalto


Em nota, a SSP informou que policiais militares prestaram homenagem ao soldado morto no sábado (23) na zona leste de São Paulo, endossando a publicação de Doria. "A Polícia Militar homenageou, na tarde deste domingo (24), o soldado Lucas Alexandre Leite, de 25 anos, que faleceu em serviço na noite de ontem, na zona leste da cidade de São Paulo", diz o texto.

"Durante o sepultamento, realizado do Mausoléu da PM, localizado no centro da Capital, policiais militares do 2º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), a qual pertencia a vítima, o honraram com continência individual e toque de silêncio." "Durante a tarde, em todo o Estado, os policiais do serviço operacional, que não estavam no atendimento de emergência, pararam as viaturas, acionaram as sirenes e prestaram continência ao soldado durante um minuto. A cerimônia é uma tradição há anos na Polícia Militar para homenagear os heróis da instituição", encerrou.

Segundo Rafael Alcadipani, professor de Gestão Pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e membro do Forum Brasileiro de Segurança Pública, a versão verdadeira é de que houve uma homenagem ao PM morto, não um apoio à manifestação.

"Circula vídeos de que PMs de SP estariam apoiando a manifestação Pró-Bolsonaro ao ligarem as sirenes e fazer continência hoje na Paulista. Na verdade, era uma homenagem a PMs mortos ontem. É repugnante usar a morte de policiais para fazer política", disse.

Por meio de nota, a PM afirmou que "a homenagem, que é feita de maneira simultânea ao sepultamento, é tradição institucional e consiste em estacionar as viaturas disponíveis, ligar as sirenes por um minuto e prestar continência ao herói que tombou no cumprimento do dever".

Veja também

Lula minimiza resultados negativos em pesquisas sob argumento de que "sabe o que está fazendo"
Lula

Lula minimiza resultados negativos em pesquisas sob argumento de que "sabe o que está fazendo"

Nikolas e Whindersson trocam farpas após deputado dizer que País precisa de "mais testosterona"
Farpas

Nikolas e Whindersson trocam farpas após deputado dizer que País precisa de "mais testosterona"

Newsletter