Em CPI, Lewandowski diz que presidentes de partidos precisam fazer 'triagem' para barrar candidatura
Ministro da Justiça participou de audiência no Senado que discute ações para conter as facções criminosas
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira que fez um apelo aos presidentes de partidos para que façam uma “triagem” e barrem a candidaturas de pessoas ligadas ao crime organizado. A declaração ocorreu em sessão da CPI do Crime Organizado.
— Já fiz um apelo aos presidentes dos partidos. Só uma atitude repressiva não é suficiente, os presidente de partidos políticos têm a obrigação de fazer a triagem — disse Lewandowski.
Segundo o ministro, a expansão das facções hoje é um “fenômeno novo e global” que exige uma “visão estrutural”.
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— O crime hoje está migrando da legalidade para a ilegalidade, ele está se infiltrando no setor de combustíveis, da coleta de lixo, da construção civil, de streaming. É um crime que hoje está infiltrado até no setor político. Nas últimas eleições, juntamente com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), nós fizemos um esforço para evitar e impedir que o crime se infiltrasse nas eleições municipais — afirmou o ministro.A audiência é considerada central para o plano de trabalho do colegiado, que busca mapear falhas estruturais no enfrentamento às facções. A oitiva ocorre uma semana após o promotor Lincoln Gakiya, referência no combate ao PCC, detalhar aos senadores como grupos criminosos aproveitaram brechas regulatórias para criar fintechs e operar em uma “zona cinzenta” do sistema financeiro, sem fiscalização do Banco Central e sem comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

