Em dia de depoimento de Bolsonaro, Tarcísio diz que aliado "vai dizer a verdade"
Defesa foi feita em solenidade de formatura de soldados da Polícia Militar na tarde desta terça-feira; ao mesmo, ex-presidente prestava depoimento no STF
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que presta depoimento nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) como réu da ação penal sobre a trama golpista.
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Durante a solenidade de formatura de soldados da Polícia Militar nesta tarde, ele afirmou que o ex-mandatário está "totalmente tranquilo" em relação à inocência dele.
— A gente sempre conversa, ele está sereno, está tranquilo. Vai dizer a verdade. A verdade vai vir à tona. Ouvi um áudio ontem em que o advogado de defesa do presidente fala que ele não tinha intenção nenhuma, de nenhum tipo de ruptura — disse o governador, que também foi ministro da Infraestrutura do governo passado. — Estive cinco vezes com o presidente em novembro e dezembro de 2022 e em nenhum momento o presidente cogitou nada. Estamos absolutamente tranquilos sobre a inocência do presidente Bolsonaro.
Em depoimento no STF há duas semanas, Tarcísio repetiu que teve encontros com o ex-presidente após a derrota nas eleições, mas disse que ele "jamais mencionou qualquer tentativa" de golpe de Estado. Na oitiva, que teve duração de oito minutos, o governador também saiu em defesa do governo do antigo presidente. Afirmou que a administração do ex-presidente passou por "cinco grandes crises" e mesmo assim foi um governo de "muitas reformas".
— Foi um período de, 19 a 22, de muitas reformas, de enfrentamento de situações difíceis. O governo enfrentou pelo menos cinco graves crises, começando com a tragédia de Brumadinho, passando pela crise do Covid, uma grave crise hídrica, guerra da Ucrânia e todas elas procurando se sair da melhor maneira possível. Um país que terminou com superávit, um país que terminou gerando emprego, crescendo.
Defesa de Derrite
Ainda durante o evento nesta terça-feira, Tarcísio também saiu em defesa do secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), e disse que, se depender dele, o auxiliar ficará no posto até abril do ano que vem.
— Sua liderança e seu profissionalismo fazem a diferença em São Paulo — falou o governador na solenidade, que também teve a presença de Derrite.
Nos últimos dias, surgiram rumores de que o secretário poderia deixar o cargo antes de abril de 2026, o prazo máximo para a saída de gestores públicos que queiram concorrer a cargos eletivos.
Um dos motivos seria o descontentamento da opinião pública com alguns índices criminais, como o aumento da letalidade policial.
Depois do discurso, aos jornalistas, porém, o governador afirmou contar com o auxiliar.
— Estou muito satisfeito e, no que depender de mim, o Derrite fica até o tempo final para a desincompatibilização.
Na sequência, no entanto, questionado se pretende sair em dezembro, Derrite afirmou haver a possibilidade.