Política

Em novo recuo, Bolsonaro admite 18 pastas; CGU deve ter status de ministério

Antes do período eleitoral Bolsonaro prometeu reduzir a estrutura atual da Esplanada, de 29 ministérios para 15

Controladoria Geral da União (CGU)Controladoria Geral da União (CGU) - Foto: Iano Andrade/Portal Brasil

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), admitiu nesta quarta-feira (7) a possibilidade de manter o status de ministério da Controladoria-Geral da União (CGU). Inicialmente, a equipe do capitão reformado estudava a junção da pasta à Justiça, que será assumida pelo juiz da Lava Jato, Sérgio Moro.

"Já demos um passo e talvez seja mantido o status de ministério [da CGU]. Mas não é pela governabilidade, é para que a gente possa apresentar realmente resultado. alvez tenhamos que manter a Controladoria com status de ministério", afirmou ao deixar um encontro na manhã de hoje, com dirigentes da Aeronáutica.

Trata-se de novo recuo de Bolsonaro sobre a composição de seu governo. Antes do período eleitoral começar, ele prometeu reduzir a estrutura atual da Esplanada, de 29 ministérios, à quase metade, 15. Ainda durante a campanha, ele admitiu subir o número de pastas para 16, depois do segundo turno, para 17 e, agora, já reconhece que pode contar com 18.

"Pode aumentar. O que nós temos que ter são os ministérios, são esses órgãos todos funcionando, sem interferência política", afirmou. Bolsonaro vem enfrentando dificuldades para manter as fusões anunciadas em vários dos ministérios, caso de Agricultura e Meio Ambiente. A junção das duas pastas foi alvo de críticas tanto por parte de ambientalistas quanto de ruralistas.

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Outro ponto que causa divergências inclusive na equipe que compõe seu núcleo duro é a união do Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (MDIC) à Economia, pasta que será assumida por Paulo Guedes. "Deu confusão aí Ministério do Meio Ambiente e Agricultura. O que não pode é continuar tendo a briga que sempre teve entre eles. Isso que não pode continuar acontecendo. Queremos preservar o meio ambiente, sem problema nenhum, mas não pode ter esse atrito", afirmou.

O presidente eleito, contudo, defendeu que Moro tenha uma estrutura ampliada na Justiça. "O que nós queremos para o Sergio Moro é todos os meios para que ele possa cumprir 100% da missão de combater a corrupção e o crime organizado", disse. Ele voltou a dizer que é importante, para isso, parte do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) deixar de ser subordinada à Fazenda e passar a ser administrada pela Justiça.

"Um braço do Coaf tem que estar dentro da Justiça para ele [Moro] ter em tempo real informações do que está acontecendo porque sem seguir o dinheiro, não tem como combater o crime organizado." O governo de Michel Temer já pensou em retirar da CGU o status de ministério, mas acabou recuando após críticas. O emedebista alterou então o nome para Ministério da Transparência e CGU.

Apoio
Bolsonaro disse ver com bons olhos o aceno feito pelo MDB em direção a seu governo. "É bem-vindo, é lógico que é bem-vindo. Nós estamos formando um ministério bastante técnico. Acho que os cinco nomes apresentados até agora dificilmente alguém tem uma reclamação, um senão contra eles. Todos são pessoas extremamente competentes", afirmou.

Questionado sobre a possível candidatura do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para presidência do Senado, Bolsonaro não quis responder. "O presidente não interfere nas eleições da Câmara e do Senado." Na terça, o senador do MDB afirmou ter pautas econômicas em comum com o governo do capitão reformado e evitou posicionar-se como opositor da nova gestão.

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