Em SC, prefeito bolsonarista compra 14 fuzis para guarda municipal: ''É tiro, porrada e bomba''
Em São José, na região metropolitana de Florianópolis, servidores municipais usam armamento desde 2016. Custo da unidade foi de R$ 16 mil
O prefeito de São José, quarta maior cidade de Santa Catarina, comprou 14 fuzis para a guarda municipal. Em vídeo publicado em suas redes sociais, Orvino Coelho (PSD) aparece segurando um fuzil fabricado pela empresa catarinense Taurus para anunciar a medida:
— É tiro, porrada e bomba. Os fuzis foram comprados para serem usados. Se qualquer agente estiver em perigo ou encontrar algum cidadão de bem em perigo, deve usar o poder de fogo que tem. Bandido não vai se criar em São José — diz o gestor municipal, que é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a lei 10.826/2003, integrantes da Guarda Municipal estão autorizados a portar arma de fogo durante o exercício da função, desde que a legislação municipal permita isso. Em grandes cidades como Rio de Janeiro e Recife, os agentes não podem andar armados.
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Em São José, o armamento começou a ser usado pela guarda municipal em 2016, na gestão da ex-prefeita Adeliana Dal Pont (PL). Os modelos mais usados são espingardas e pistolas.
Segundo a prefeitura de São José, cidade que conta com mais de 250 mil habitantes, catorze fuzis foram comprados a R$ 16 mil cada. O modelo AR-15, fabricado pela Taurus, é capaz de acertar um alvo a 300 metros de distância.
Além dos fuzis, os agentes receberam oito carabinas, quatro espingardas de calibre 12, dois lançadores de granadas e 160 pistolas 9mm.
— Sem tempo para brincar com segurança pública porque vamos colocar bandidos na cadeia — diz o prefeito.
Em São José, Orvino Coelho disputará à reeleição contra Adeliana Dal Pont. Na cidade, os dois disputam os eleitores bolsonaristas e tentam atrelar sua imagem ao ex-presidente. Em abril, Bolsonaro vetou a ex-prefeita de seu palanque por ter criticado a sua gestão federal durante a pandemia da Covid-19.