Etanol: nova negociação na pasta de Agricultura
O Nordeste representa 7% em produção, mas quase 35% dos empregos
A bancada do Centro-Sul, conforme observa o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, não se manifestou contrária à proposta do setor sucroenergético que visa a fazer com que 93% do volume de importações do etanol sem tarifa entre pelos portos dessa região. O governo elevou a cota de importação para 750 milhões de litros e os produtores tentam mitigar o impacto da portaria publicada no final de agosto, que atinge, sobretudo, o Nordeste. Sobre a solução de destinar 93% ao Centro-Sul, Renato Cunha explica que "esse volume é 2%, 3% da produção deles, é um valor ínfimo". Ele terá nova reunião, hoje, às 16h, com produtores e técnicos no Ministério da Agricultura. Se houver acordo e os 93% forem destinados ao Centro-Sul, então 7% entrariam pelo Nordeste, que é quanto o Nordeste representa em produção. Apesar disso, a região responde por uma fatia de quase 35% dos empregos na área.
No Nordeste, o setor sucroenergético gera mais de 300 mil empregos e o negócio da cana está presente em mais de 250 municípios. Renato Cunha vaticina: "Os índices do IBGE vão marcar, em setembro, os maiores índices de empregabilidade em Pernambuco, Alagoas, na Paraíba... é quando começa o ciclo da cana". Renato chama de "recessiva" a medida do governo "de ampliar a cota de importações "no início do nosso novo ciclo". E diz que essa questão "foi um péssimo negócio para o Brasil, inclusive, envolvendo renúncia fiscal numa quadra brasileira, onde todo mundo está fazendo economia de tostão". Ele pondera: "O Brasil vive momento de reformas, todo mundo dando grande contribuição e o Brasil resolve dar dado aos Estados Unidos, que é um País que não precisa, R$ 270 milhões". Após a reunião de hoje, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pode decidir se vai continuar mediando a situação ou vai dar andamento ao projeto de decreto legislativo capaz de sustar os efeitos da medida, mas podendo acarretar mal estar com o Executivo.
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