Executiva do PSOL aprova federação com Rede Sustentabilidade
Aliança faz parte de uma estratégia de sobrevivência à cláusula de barreira
A executiva nacional do PSOL aprovou, nesta quarta-feira (30), a formação de uma federação com a Rede Sustentabilidade. A decisão agora deve ser homologada pelo diretório nacional em 18 de abril.
A Rede já havia aprovado a união em 12 de março. A aliança é uma estratégia de sobrevivência para que os partidos pequenos consigam atingir a cláusula de barreira — que pretende reduzir a fragmentação partidária no país.
A aliança vai aprovar uma resolução sobre alianças eleitorais que deve ser aplicada em todos os estados, vetando partidos que compõem a base de apoio ao governo federal e governos estaduais declaradamente de direita, segundo o PSOL.
"A Rede tem sido um partido aliado na luta contra Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Junto com o PSOL, faz o combate à ofensiva reacionária contra os direitos sociais, o meio ambiente e a soberania nacional. As votações de ambos os partidos nos momentos decisivos mostram uma identidade política que permite apostar na formação de uma federação partidária", diz a resolução aprovada.
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Dois ou mais partidos políticos podem se unir em uma federação que irá atuar como sigla única por, no mínimo, quatro anos, de acordo com a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A duração, considerada longa por políticos, é um dos desafios para se sacramentar acordos deste tipo, pois as legendas se comprometem em lançar candidaturas majoritárias conjuntas e apresentar um programa em comum, com a mesma orientação para votações no Congresso.
Nos bastidores, a expectativa é que Rede e PSOL apoiem a candidatura presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Marina Silva, fundadora da Rede, tem sido cortejada pelo pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT), mas tem sinalizado que está disposta a retomar o diálogo com Lula.
Uma ala do PSOL ligada ao ex-deputado Milton Temer é contrária tanto à federação quanto a apoiar Lula na eleição. As críticas recaem sobre o possível vice do petista, o ex-tucano Geraldo Alckmin, e às doações recebidas pela Rede de pessoas ligadas a bancos.
Nas eleições municipais de 2020, por exemplo, a escritora Beatriz Bracher, filha de Fernão Bracher, fundador do banco BBA, doou R$ 700 mil para financiar 30 candidatuiras de esquerda. Parte do montanto foi para o diretório estadual da Rede em São Paulo.
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