Frederico Siqueira: foco nas entregas e longe da política
Pernambucano evita opinar sobre os rumos do União Brasil, legenda que o indicou, nas eleições do ano que vem
Novo ministro das Comunicações, o pernambucano Frederico Siqueira chegou ao posto por indicação do União Brasil, apesar de nunca ter tido filiação partidária. Ele sucedeu o deputado federal Juscelino Filho (União Brasil-MA), que deixou a pasta após denúncias de corrupção. Apesar de firmar compromisso com o presidente Lula (PT), o auxiliar evita opinar sobre os rumos da legenda nas eleições do ano que vem. Seu foco é nas entregas que o ministério tem a fazer.
“Nossa indicação foi técnica. Passei 21 anos na Oi, estou em Brasília há dois anos, quando assumi a presidência da Telebras. A conjuntura fez a necessidade de uma nova indicação do partido para o ministério. Como eu já conhecia os projetos da pasta, meu nome foi validado pelo União Brasil”, elencou Siqueira, em entrevista ao podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins.
“Em nenhum momento participo das discussões políticas no partido. Isso é com a Câmara, com o Senado. Não tenho nenhuma pretensão a cargo eletivo. O compromisso que assumi com o presidente Lula foi de fazer entregas que o ministério precisa. Serei ministro até quando ele quiser. Não tenho nenhuma posição sobre como será o futuro. Cheguei como um gestor técnico, por toda a minha história profissional no setor de telecomunicações, onde estou há 27 anos. Agora estamos focados nas entregas”, completou.
A palavra de ordem do ministro é deixar como legado uma política pública de inclusão digital. “Esse é o meu compromisso e o compromisso que o presidente Lula nos confiou. Entregar a política pública de inclusão digital, baseada em vários programas que convergem nesse sentido, para que a gente consiga fazer essas entregas e dar mais acesso a conteúdo para a população, para que todo mundo possa se inserir”, disse Frederico.
Outra meta, segundo ele, é tentar fazer com que as operadoras antecipem suas obrigações contratuais. “O ministério, assim como o governo, tem a missão de conectar ou melhorar a conectividade em 138 mil escolas no Brasil. Hoje, tem em torno de 70% dessas escolas conectadas, que são em áreas rurais, quilombolas, áreas remotas e ribeirinhas. A meta é que todas estejam conectadas, para que essa criançada possa ter acesso a conteúdos educacionais, serviços públicos e cidadania. Já existe recurso e o projeto está em andamento. Nosso desafio é antecipar essas instalações até meados do próximo ano”, colocou.
Para essa missão, o ministro aproveitou boa parte da equipe que estava com seu antecessor, mas nega interferência de Juscelino na pasta. “Ele tem gente lá, porque construiu uma equipe técnica qualificada. A ideia, quando assumimos, foi aproveitar essas pessoas. Mas temos autonomia. Estamos dando continuidade à gestão, até porque, se formos fazer uma mudança estrutural a essa altura do governo, não vamos conseguir fazer as entregas até o final do mandato. Mas isso não significa que (ele) está mandando no ministério”, afirmou Frederico Siqueira.