Dom, 07 de Dezembro

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Gleisi discute com líderes da base saída para reverter queda de popularidade do governo

Líderes falaram com nova ministra sobre necessidade de governo ter "marca para segundo tempo"

Gleisi repetiu aos líderes que sabe a diferença de ser presidente do PT e ministra do governoGleisi repetiu aos líderes que sabe a diferença de ser presidente do PT e ministra do governo - Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

A primeira reunião oficial de Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais teve como um dos temas a queda da popularidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a discussão sobre como medidas do governo podem ajudar a recuperar os índices de aprovação nos próximos dois anos.

Segundo os presentes, esse debate foi levantado na conversa pelos parlamentares — líderes de partidos de esquerda —, com a expectativa de que projetos e medidas aprovadas pelo governo nos últimos dois anos devem ter resultados positivos daqui para frente, como medidas de redução de preço de alimentos.

O projeto para isentar de imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil também foi apresentado como uma prioridade que pode melhorar a imagem do governo.

A expectativa é que o texto chegue ao Congresso ainda este mês, alguns líderes dizem que até o dia 18.

A ministra ouviu dos líderes que é necessário o governo ter uma “marca” para os próximos dois anos e recebeu como sugestão resgatar projetos e medidas não tão falados, que possam ter impacto popular, como ações voltadas para caminhoneiros e a desburocratização da Carteira Nacional de Habilitação.

Líderes também perguntaram como a comunicação do governo, agora comandada por Sidônio Palmeira, está conduzindo as novas estratégias para ampliar a popularidade de Lula.

E argumentaram que, embora os indicadores econômicos não estejam ruins, Lula não consegue capitalizar politicamente o que tem feito.

Gleisi disse no encontro que vai ter uma postura mais próxima do congresso e irá ligar diretamente para cada líder, além de colocar na mesa o mapa de quantos cargos cada partido tem. Vai também dar prioridade para os parceiros, o que significa celeridade em liberação de emendas.

Líderes pediram a Gleisi para que os temas sejam tratados com antecedência com eles, para que acordos sejam bem amarrados e não haja surpresa nos projetos enviados pelo Planalto.

Parlamentares disseram que é difícil "lutar contra o tempo" quando Planalto age de última hora.

Os deputados aproveitaram a oportunidade para pedir retorno das demandas que forem levadas ao governo para que assuntos "não fiquem sem destino".

Gleisi repetiu aos líderes que sabe a diferença de ser presidente do PT e ministra do governo, e também afirmou que terá uma postura parceira com os líderes.

O almoço aconteceu nesta terça-feira, no Palácio do Planalto, um dia após a posse da ministra, sem a presença de representantes do Centrão.

Estiveram presentes apenas parlamentares que já são da base do governo, José Guimarães (PT-CE), Renildo Calheiros (PCdoB-PE), Luciano Amaral (PV-AL), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Mario Heringer (PDT-MG), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Pedro Campos (PSB-PE).

— Ela inicia um ambiente de conversa com as bancadas que apoiam o governo. Ainda amanhã tem reunião com o outro bloco mais ao centro, de forma que ela quer deixar nessa semana o diálogo pavimentado e pacificar o ambiente na Câmara — afirmou Guimarães ao deixar o encontro.

Segundo Farias, o almoço serviu para “entrosar” os líderes. O líder do PT foi o primeiro a deixar o encontro.

Ele seguiu direto para uma reunião com o presidente da Câmara para tratar sobre o comando das permanentes da Casa. O PT briga com o PL pelo comando da Comissão de Relações Exteriores.

O objetivo era fazer um encontro de aproximação, alinhar estratégias dentro da agenda do Congresso e discutir as prioridades do governo ao longo do ano.

O Executivo precisa aprovar o Orçamento da União na próxima semana para conseguir liberar recursos e não atrasar o andamento de programas e, na sequência, quer apresentar e aprovar projeto para isentar de imposto de renda quem ganha até r$ 5 mil.

Gleisi também conversou com outros líderes. Na noite de segunda-feira, falou ao telefone com o líder do PSD na Câmara, Antonio Britto (BA). No domingo, véspera da posse, a nova ministra se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). No mesmo dia, se encontrou com o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), que chegou a ter o nome cotado para assumir a Secretaria de Relações Institucionais em seu lugar.

Isnaldo foi um dos poucos líderes dos partidos de centro a comparecerem na posse da nova ministra em Brasília. Apesar de ter sido uma cerimônia lotada, em que foi preciso utilizar um salão a mais no Palácio do Planalto para acomodar todos os convidados, poucos líderes de partidos aliados da Câmara e do Senado estiveram presentes.

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