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POLÍTICA

Governadores de direita evitam endossar candidatura de Flávio Bolsonaro

Falta de apoios públicos reflete isolamento inicial do senador, que tenta apoios ao centro

Pesquisa Datafolha divulgada no último sábado apontou que só 8% dos eleitores consideram Flávio Bolsonaro o nome que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria apoiarPesquisa Datafolha divulgada no último sábado apontou que só 8% dos eleitores consideram Flávio Bolsonaro o nome que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria apoiar - Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

A pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Palácio do Planalto estreou sem gestos de apoio dos governadores de direita que também têm o nome cotado para a disputa presidencial. Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, manteve silêncio por mais de 72 horas, enquanto outros presidenciáveis evitaram endossar o movimento, deixando o PL isolado na tentativa de tornar Flávio opção competitiva para 2026.

A demora em se manifestar por parte de Tarcísio se tornou o principal foco de atenção no campo da direita. Aliados do governador afirmam estarem surpresos com a demora por uma manifestação. Na noite desta segunda-feira, ele fez um aceno e afirmou que dará suporte ao senador.

— O presidente Bolsonaro que é uma pessoa que eu respeito muito e eu sempre disse que eu ia ser leal ao Bolsonaro, que eu sou grato ao Bolsonaro e eu tenho essa lealdade, é inegociável. O Flávio vai contar com a gente.

No entanto, não cravou apoio a Flávio: — Flávio tem uma grande responsabilidade a partir de agora. Ele se junta a grandes outros nomes da oposição que já colocaram seus nomes a disposição, a gente tem o Romeu Zema, a gente tem o Ronaldo Caiado

Apesar de nunca ter se lançado candidato, o grupo político do governador trabalha para manter seu nome vivo e evitar que a candidatura do senador o empurre para fora da conversa antes da hora.

O distanciamento não se restringiu apenas a São Paulo. Os demais governadores adotaram um tom protocolar. Ratinho Junior (PSD-PR) afirmou que seu partido está disposto a ser o ator principal das eleições ou construir aliança, sem indicar uma união com Flávio. Romeu Zema (Novo-MG), por sua vez, disse que o lançamento do filho 01 do ex-presidente foi "justo" e "democrático" e afirmou ser natural ter várias candidaturas no primeiro turno.

Ronaldo Caiado (União-GO) reafirmou a própria pré-candidatura ao falar sobre o tema, evitando qualquer gesto na direção do senador. A avaliação interna é que nenhum desses governadores, todos com ambições nacionais, tem interesse em fortalecer Flávio neste momento.

O contraponto entre os veio apenas de governadores da própria sigla, que não estão posicionados para concorrer a eleição presidencial. Em reunião do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) no sábado, Jorginho Mello (PL-SC) chamou Flávio de “grande brasileiro” e disse que ele pode “unir a direita”. Cláudio Castro (RJ), por sua vez, afirmou estar “feliz com o direcionamento do partido”, lembrando a proximidade pessoal com o senador.

A ausência de apoios entre os governadores se repete no Centrão, que ainda insiste em Tarcísio e vê pouca viabilidade na candidatura de Flávio. O senador tenta articular um jantar nesta segunda-feira com os dirigentes do Progressistas, União Brasil e PL em sua residência, em Brasília. A intenção é reduzir a resistência e articular a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro de 2023.

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