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relações diplomáticas

Governo brasileiro festeja escolha de Leão XIV e já projeta encontro com Lula

Como Lula tem agenda na China no início da próxima semana, ideia é aproveitar deslocamento e fazer escala em Roma

Robert Francis Prevost escolheu ser chamado de Papa Leão XIVRobert Francis Prevost escolheu ser chamado de Papa Leão XIV - Foto: Tiziana Fabi/AFP

O Itamaraty considerou positiva a escolha do Papa Leão XIV e já tenta organizar o primeiro encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o novo Pontífice na semana que vem. Em telegramas enviados a Brasília, a embaixada brasileira na Santa Sé afirmou que o americano Robert Prevost tende a seguir as principais linha adotadas pelo Papa Francisco nas relações internacionais.

O Brasil vinha atuando em sintonia com o Vaticano em questões que envolvem negociações de paz na Ucrânia e em Gaza, combate às mudanças climáticas e defesa do multilateralismo e dos direitos dos imigrantes.


O plano do Itamaraty é que Lula esteja em Roma para assistir à missa de entronação do novo Papa, marcada para 18 de maio. A celebração equivale a uma posse do novo pontífice como chefe de Estado do Vaticano. Como Lula tem agenda na China no início da próxima semana, a ideia é que ele aproveite o deslocamento e faça uma escala em Roma antes de retornar ao Brasil.

A diplomacia brasileira não situava o cardeal Prevost nos principais cenários para o conclave, mas já tinha delineado seu perfil antes da eleição secreta na Capela Sistina. O Itamaraty considera que o novo Papa, que viveu mais de 20 anos no Peru, tem muita proximidade com os temas da América Latina, especialmente da Amazônia.

Apesar de apontarem semelhanças entre Leão XIV e Francisco, diplomatas brasileiros ressaltam que o novo papa tem estilo mais discreto e tende a evitar embates diretos com o governo de Donald Trump.

Dos 10 cardeais americanos que participaram no conclave, ele era considerado pelo Itamaraty o menos alinhado às linhas atuais da Casa Branca. No entanto, a chancelaria ressalva que ainda é cedo para saber se ele fará um contraponto explícito ao avanço da extrema direita e à política anti-imigração de Trump.

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