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Brasil

Governo Lula prega cautela antes de cumprimentar Noboa por reeleição no Equador

Presidente brasileiro ainda não comentou pleito no país vizinho, cujo resultado não foi reconhecido pela oposição

 O presidente do Equador, Daniel Noboa O presidente do Equador, Daniel Noboa - Foto: Isaac Castillo e Isaac Castillo / Assessoria de Imprensa da Presidência do Equador / AFP

Ao contrário de outros países, como Estados Unidos, Guatemala, Argentina, Paraguai e até o Chile, presidido pelo socialista Gabriel Boric, o Brasil ainda não cumprimentou o conservador Daniel Noboa por ter sido eleito para um segundo mandato na presidência do Equador.

A eleição ocorreu no domingo, mas a oposição anunciou que não reconhece o resultado e pediu a recontagem dos votos. Diante desse cenário, autoridades próximas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva falam em cautela, antes de qualquer posicionamento, além de buscar mais informações.

Porém, interlocutores do governo brasileiro afirmam que existe a possibilidade de o presidente se manifestar sobre o pleito ainda nesta segunda-feira, ou na manhã de terça-feira.

Daniel Noboa ganhou as eleições presidenciais, em segundo turno. Na noite de domingo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador declarou que Noboa teve 55,09% dos votos, contra 44,05% da ex-deputada esquerdista Luisa González.

Quando o equatoriano foi eleito pela primeira vez, em outubro de 2023, Lula o felicitou na manhã do dia seguinte. O presidente brasileiro também destacou a importância da união entre os dois países e se comprometeu a seguir com a boa relação histórica entre as nações.

“Expresso minha disposição de seguir trabalhando pelo bem-estar dos nossos povos, tradicionalmente amigos, de aprofundar as relações bilaterais e de atuar pelo desenvolvimento da América do Sul”, escreveu.

No mesmo dia, o Itamaraty soltou uma nota destacando que a eleição ocorreu "em ambiente de harmonia e congraçamento democrático". Defendeu o reforço das relações bilaterais.

Porém, as relações foram arranhadas meses depois. Em abril do ano passado, a polícia equatoriana invadiu a embaixada do México, em Quito, para prender o ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas. O político foi condenado duas vezes por corrupção e estava na embaixada desde dezembro, quando pediu asilo ao governo mexicano.

A invasão à embaixada foi condenada pelo governo brasileiro. Em nota, o Itamaraty salientou que a medida descumpria convenções internacionais sobre relações diplomáticas. Embaixadas são invioláveis e só podem ser acessadas com autorização do chefe da representação do país estrangeiro.

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