Governo não apurou fraudes do INSS, e, sim, correu atrás de denúncias da mídia, diz líder do PL
Membro da CPMI do INSS, o senador Izalci Lucas (PL-DF) foi o entrevistado da semana no podcast "Direto de Brasília", apresentado por Magno Martins
Membro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura desvios no INSS, o senador Izalci Lucas (PL-DF) disparou contra a narrativa do governo Lula de que teria apurado as denúncias de irregularidades no órgão. Segundo o parlamentar, que já protocolou mais de 300 requerimentos na comissão, o governo teria deixado os desvios rolarem e só atuou após o escândalo ser denunciado na grande mídia.
“É óbvio que na CPMI tem muita gente que vai para fazer discurso bonito e botar na rede social. E isso vai trazer um desgaste para muita gente, principalmente para aqueles que deixaram a coisa acontecer num volume maior. Então, evidentemente que a tendência é um desgaste muito grande deste governo, porque não foi o governo, como você viu alguns discursos, que mandou apurar. Não foi isso, foi a mídia, foi o repórter que começou toda essa investigação. E depois que a Polícia Federal soube, aí sim. Mas até então o governo não tinha feito absolutamente nada”, disparou Izalci, em entrevista ao podcast "Direto de Brasília".
Ele ressaltou ainda que a ideia é “não passar a mão na cabeça de ninguém”, inclusive entre o núcleo da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso haja comprovações de irregularidades. “A gente tem esse princípio de não passar a mão na cabeça de ninguém. Nós vamos apurar, porque o que interessa para nós é mostrar para os aposentados e pensionistas para onde é que foi o dinheiro e fazer de tudo para trazer de volta e indenizá-los”, completou.
Izalci, que se elegeu senador pelo PSDB e ingressou no PL este ano, busca viabilidade para disputar a reeleição ou alçar voos mais altos. Apesar de esperar uma decisão de seu partido, ele almeja ser candidato majoritário e admite o desejo de disputar o Governo do Distrito Federal.
“O PL hoje tem condições de fazer barba, cabelo e bigode. Além da Michelle Bolsonaro, a deputada Bia Kicis também tem todas as condições de se eleger senadora. Agora, tudo tem que ser conversado. Meu entendimento é ser candidato ao governo, mas não sou eu que vou decidir isso, é o partido que tem que tomar posição e a gente tem que ver a circunstância”, ressaltou o parlamentar.
“Mas sou candidato majoritário, até porque já fui três vezes deputado federal e também já fui distrital, e isso eu não quero mais. Tenho que ser majoritário. É o que nós estamos trabalhando e estou me preparando”, colocou Izalci.
Em meio às costuras, o senador teceu críticas ao governador Ibaneis Rocha (MDB), que sonha com uma aliança com os bolsonaristas para disputar uma das vagas ao Senado no ano que vem. “O secretário de Saúde do Distrito Federal foi preso e a área ainda não foi ajustada, então tem que aprofundar a investigação. Fiz um relatório de 500 páginas para dizer como a saúde aqui funcionava, com muito desvio de recursos e sem controle. Até hoje não tem controle, não tem nem controle de estoque de medicamentos, não tem integração nenhuma entre os hospitais, está um caos”, concluiu.

