Histórico de tensionamentos na conta do PSB sobre Márcio
Com Márcio governador, mesmo a hegemonia de Pernambuco na sigla pode ser colocada em xeque
Não é sem pesar o histórico na relação interna que membros do PSB vêm acompanhando o desenrolar dos fatos que podem até levar a uma migração do vice-governador de São Paulo, Márcio França, para o PSDB. O apoio ao projeto dele de se tornar governador de São Paulo foi hipotecado por socialistas, mas a memória dos movimentos realizados por ele em alinhamento com o grupo de dissidentes da sigla - parte dos quais deixaram o partido, incluindo o senador Fernando Bezerra Coelho e o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho - anda bem viva. Em outras palavras, o poder de barganha de Márcio, internamente, pode ter sido reduzido frente a episódios de tensionamento recentes protagonizados pelo grupo que apostava que ele assumiria o comando da sigla em desfavor de Carlos Siqueira. Há quem inclua nesses cálculos a incorporação do PPS, abortada nos 45 minutos do segundo tempo, considerando que o partido é visto como linha auxiliar do PSDB.
E há quem contabilize ainda que a disputa interna levou Márcio a vender que assumir a presidência nacional seria passe imprescindível para conferir musculatura à candidatura a governador. Nesse momento, Márcio aparecia alinhado ao grupo do senador Fernando Bezerra Coelho, hoje adversário do governador Paulo Câmara. Os dissidentes deixaram a sigla. Márcio ficou, o que não impede que ele, com a caneta na mão, à frente da gestão paulista, gere novos avanços capazes de desequilibrar, outra vez, as relações internas. Com Márcio governador, mesmo a hegemonia de Pernambuco na sigla pode ser colocada em xeque. De outro lado, o projeto encabeçado por Márcio reanima o partido e pode reforçar um projeto nacional do PSB. O partido teria com ele o comando do maior Estado e maior PIB do País. A despeito disso, socialistas poderão fazer um gesto para ele ficar no PSB, mas não virá um movimento mais intenso para segurá-lo, dado o histórico, que acende o sinal de alerta sobre novos tensionamentos internos.
Em primeiro lugar, a reeleição
Embora o nome do deputado federal Jorge Côrte Real tenha sido cotado pela bancada do PTB para ser apresentado ao presidente nacional da sigla, Roberto Jefferson, como potencial opção para ocupar o Ministério do Trabalho, o parlamentar pernambucano tratou de interromper o referido debate antes mesmo que a indicação fosse consumada. Assumindo a pasta, poderia ter que abrir mão da disputa pela reeleição para a Câmara Federal.
Bem que tentaram > "A bancada queria indicar meu nome. Mas dei prioridade à minha reeleição como deputado federal. Vou terminar o mandato, porque tenho compromisso com meus eleitores. Se assumisse, ficaria por um mês. Não faz o menor sentido", pondera Côrte Real à coluna.
Dose... > Só nesta semana, duas pré-candidatas à Presidência da República passam pelo Recife. Marina Silva, como a coluna antecipou, chega amanhã para filiar Júlio Lóssio à Rede e Manuela D´Ávila desembarca na capital pernambucana também amanhã para cumprir agendas na sexta.
...dupla > Marina pode ter encontro com Renata Campos e Manuela almoça com Paulo Câmara e Geraldo Júlio. Além de Luciana Santos, Alanir Cardoso e Renildo Calheiros também estarão no almoço com o governador.
Linha de frente > O deputado federal Danilo Cabral foi indicado, ontem, pelo PSB como membro titular do partido nas duas comissões que irão discutir a privatização da Eletrobras. Danilo assumiu a bandeira contra "a venda do São Francisco" e o possível aumento da conta de luz desde que assumiu a Presidência da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf.