Inquérito sobre fake news vai avançar e chegar em Carlos Bolsonaro, acredita Humberto Costa
Nesta quarta, o senador apresentou requerimento à CPMI para parlamentares alvos do inquérito sejam, imediatamente, afastados da comissão
Membro da CPMI das Fake News, o senador Humberto Costa (PT) observa que os mandados de busca e apreensão, cumpridos pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (27), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), "já estavam planejados para ocorrer ainda no período anterior à pandemia". Faz a consideração, informando que o presidente, Ângelo Coronel (PSD-BA), e a relatora da CPMI, Lídice da Mata (PSB-BA), "tem acompanhado o andamento do inquérito", que, segundo ele, "já está avançado no Supremo".
O inquérito tem mais de um ano. Os 29 mandados de busca e apreensão desta quarta-feira se dão no âmbito do inquérito das fake news, presidido pelo ministro Alexandre de Mores, que apura ofensas e ameaças contra ministros do STF. Entre os alvos da operação estão políticos, empresários e ativistas bolsonaristas.
Ainda que o inquérito esteja avançado, Humberto Costa não descarta que a operação da PF desta quarta também configure uma reação do STF aos ataques recebidos nos últimos dias pela Corte, que protagonizou reação conjunta em defesa da democracia na última terça-feira (27). O senador falou, nesta quarta, em entrevista ao programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7.
"Pode ser que seja resposta, porque a propagação dessas ideias acontece em larga escala", assinala Humberto Costa e completa: "Pode ser resposta do Supremo a esses ataques que estão sendo feitos contra o Supremo, contra o Congresso...".
Na análise do petista, em algum momento, o filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), será obrigado a prestar esclarecimentos. O senador diz ainda não ter dúvidas de que essa investigação chegará ao chamado "gabinete do ódio". O gabinete, diz Humberto, "tem funcionamento que passa muito provavelmente pelo astrólogo, que se autointitula filósofo, Olavo de Carvalho". O petista acrescenta: "Tem participação direta e coordenação direta do vereador Carlos Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro e de um grupo de pessoas que recebe altos salários do poder público ao invés de diminuírem número de cargos".
Ainda nesta quarta-feira, Humberto Costa apresentou requerimento à CPMI das Fake News para que todos os parlamentares alvos do inquérito que tramita no STF sejam, imediatamente, afastados da comissão. "É inaceitável que exerçam o papel de investigadores de crimes pelos quais são investigados", assinala o senador.
Também nesta quarta-feira, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro afirmaram, em suas redes sociais, que a ação determinada pelo STF, que mira o "gabinete do ódio", é inconstitucional.
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