Política

Janot determina exoneração de procurador preso

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também revogou a participação do procurador na força-tarefa do caso Greenfield

Procurador-geral da República, Rodrigo JanotProcurador-geral da República, Rodrigo Janot - Foto: Wilson Dias/ABr

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou na manhã desta quinta-feira (18) uma mensagem aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) em que confirma ter pedido ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão preventiva do procurador Ângelo Goulart Vilela, preso na manhã desta quinta-feira pela Polícia Federal (PF). Janot também pediu a prisão preventiva do advogado Willer Tomaz.

“As prisões preventivas foram por mim pedidas com o objetivo de interromper suas atividades ilícitas”, justifica-se Janot na mensagem. Segundo o procurador-geral, os pedidos de prisões de Vilela e de Tomaz estão “embasados em robusta documentação, coletada por meio de ação controlada”.

A Polícia Federal apreendeu um HD externo, um celular, documentos e mídias na estação de trabalho do procurador da República Ângelo Goulart, preso nesta manhã, informou por meio de nota a assessoria do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O material integra o patrimônio do Ministério Público Federal.

A equipe da PF chegou ao tribunal por volta das 6h e concluiu o trabalho às 8h, e o vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, e a subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio, acompanharam a ação, informa o tribunal.

De acordo com a Procuradoria-Geral Eleitoral, "a operação não tem qualquer relação com a Justiça Eleitoral ou com processos que nela tramitam".

"As buscas fazem parte da investigação relacionada a fatos da Operação Greenfield, que investiga irregularidades em quatro grandes fundos de pensão do país", informou o TSE.

Em Brasília, a PF deixou o gabinete do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) carregando apenas um malote. Os agentes ficaram por quatro horas e meia no local.

Além da prisão de Vilela, Janot determinou sua imediata exoneração da função de assessor da Procuradoria-Geral Eleitoral junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e revogou a participação do procurador na força-tarefa do caso Greenfield, que apura suspeitas de irregularidades em quatro dos maiores fundos de pensão do país.

A prisão de Vilela foi executada por agentes federais acompanhados por dois procuradores regionais da República. Policiais federais também apreenderam documentos em endereços ligados a Vilela – inclusive no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde Vilela trabalha.

“A responsabilidade criminal do procurador e dos demais suspeitos atingidos pela operação de hoje será demonstrada no curso do processo perante juízos competentes, asseguradas todas as garantias constitucionais e legais”, assegura Janot, confirmando que Vilela e Tomaz são investigados por tentativa de interferir nas investigações da Operação Greenfield e de atrapalhar o processo de negociação de acordo de colaboração premiada de Joesley Batista, dono do grupo JBS.

Nesta quarta-feira (17), o jornal O Globo noticiou que, em delação premiada, Joesley Batista gravou uma conversa em que o presidente da República, Michel Temer, sugere que fosse mantido o pagamento de uma “mesada” ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro para que eles ficassem em silêncio sobre suspeitas investigadas pela Operação Lava Jato envolvendo integrantes do governo e políticos da base. O STF ainda não confirmou informações oficiais sobre a suposta delação do empresário, nem tornou público os supostos áudios.

A Agência Brasil entrou em contato com o escritório de advocacia de Willer Tomaz, que não se manifestou sobre o assunto. A reportagem não conseguiu contatar a defesa do pocurador Ângelo Goulart Vilela.

 

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