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Justiça arquiva investigação sobre uso de linguagem neutra no Hino Nacional em comício de Boulos

Vídeo chegou a ser apagado por integrantes da campanha do parlamentar, que na época concorria pela prefeitura de São Paulo

Boulos, Lula e MartaBoulos, Lula e Marta - Foto: divulgação/X/PT Brasil

A Justiça de São Paulo arquivou nesta semana o inquérito sobre uso de linguagem neutra no Hino Nacional durante um comício em agosto do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que na época disputava pela prefeitura da capital paulista.

Na ocasião, em que estavam presentes o presidente Lula e a candidata a vice do parlamentar, Marta Suplicy, a intérprete da música, Yurungai, trocou o trecho "dos filhos deste solo" para "des filhes deste solo". A cantora virou alvo de uma acusação de falsificação do selo ou sinal público".

A investigação teve início após o envio de uma representação pelo senador Cleitinho (Republicanos) ao Ministério Público Federal, que encaminhou o pedido para ser analisado pelo órgão em São Paulo. Durante a investigação, representantes de Boulos afirmaram ter sido "surpreendidos pela performance questionada, já que a artista fora contratada pela Zion Produções Ltda., contratada pela campanha.

Procurada, a empresa afirmou ao Ministério Público de São Paulo que "teria se limitado a fornecer a infraestrutura necessária para a execução do Hino Nacional pela artista, sem qualquer autonomia para influir ou interferir no trabalho por ela realizado. A defesa de Yurungai negou, por sua vez, que a intenção da artista seria desrespeitar a letra e a melodia da música, afirmando ela teria se valido em alguns trechos de linguagem neutra como forma de incluir pessoas que não se identificam com o sistema binário de gênero".

Ao se manifestar sobre o caso, a promotora Claudia Ferreira Mac Dowell acolheu os argumentos da defesa e disse que "em momento algum houve qualquer violação da integridade do Hino Nacional e, menos ainda, qualquer desrespeito ou menoscabo a esse, ou a outro símbolo nacional". "O que houve foi o exercício regular de um direito à livre manifestação artística", ela completou.

Após o envio do parecer da promotora, o inquérito foi arquivado nesta terça-feira por determinação advinda da 2ª Vara Criminal do Foro Regional de Santo Amaro. Na época, contudo, a transmissão que havia registrado o momento de execução do hino foi excluída das redes sociais de Boulos. O episódio também foi criticado nas redes sociais por adversários políticos do parlamentar, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ), a deputada Carla Zambelli (PL) e a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL).

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