Justiça inflamada com pacote anticorrupção
Dezenas de profissionais da área voltaram a mostrar indignação contra PL aprovado na Câmara
A crítica à forma como o projeto foi alterado e votado pela Câmara dos Deputados foi tema de discursos inflamados, que não pouparam os deputados federais. O procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, Carlos Guerra, chegou a comparar a votação com as explosões de caixas-eletrônicos em agências bancárias e falou do esforço que teve para coletar assinaturas em favor da redação original das Dez Medidas de Combate à Corrupção (PL 4.850/2016, de iniciativa popular.
O presidente da AMPPE, Roberto Brayner, disse que a argumentação feita por parlamentares, afirmando que membros do Judiciário e Ministério Público desejam manter privilégios para a própria categoria, não tem base concreta. “O mais grave é que os deputados justificam aquela jabuticaba jurídica, aquele contrabando de colocar em um projeto de lei que visava o combate a corrupção, punições para juízes e promotores. Temos que deixar claro que é uma mentira o discurso de que os promotores e juízes são uma casta jurídica que não quer punição. Isso é mentira. Estamos sujeitos à corregedoria, ao Conselho Nacional de Justiça, respondemos por improbidade, por processo criminal. Tem mal juízes presos, basta lembrar de Nicolau. Essa história de dizer que estamos atrás de privilégio é mentira. O que eles fizeram foi colocar na lei um dispositivo para inibir investigações”, declarou.
Os representantes das associações que compõem a Frentas-PE, chegaram a comentar que, caso se encontrem com senadores pernambucanos, a ideia é de que representantes de mais de uma das associações participem do diálogo.
A manifestação foi organizada pela Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público de Pernambuco (Frentas-PE), integrada pela Associação dos Magistrados de Pernambuco (AMEPE), Associação do Ministério Público de Pernambuco (AMPPE), Associação dos Magistrados Trabalhistas de Pernambuco (AMATRA VI) e Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).