Líder do governo diz que Messias tem situação diferente de Gonet para ser aprovado no Senado
Encontro do presidente com Rodrigo Pacheco deve acontecer nesta semana, diz Jaques Wagner
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou nesta segunda-feira que não considera que a votação apertada para a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, na Casa, signifique um sinal de alerta para a aprovação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Messias é o nome favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga de Luís Roberto Barroso, que anunciou a sua aposentadoria antecipada no dia 9 de outubro.
Para Wagner, Gonet teve mais dificuldades por causa da denúncia apresentada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
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— A votação do Gonet é muito diferente da do Messias. Na eleição do Gonet, havia um grupo forte de oposição a ele pelo fato de ele ter feito a denúncia contra o ex-presidente da República, Então, era óbvio que eles iam puxar. Depois ele deu uma declaração dizendo que era uma prerrogativa do Ministério Público apresentar a denúncia. Algumas tomaram como se fosse uma afronta ao parlamento. No caso do Messias, não o vejo arestado com nenhum segmento dentro do Senado.
No dia 10, o líder do governo havia afirmado que a reunião de Lula com o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ocorreria na semana passada. Indagado sobre os motivos que fizeram com que o encontro ainda não acontecesse, Wagner respondeu:
— Agenda. Não tem nenhum motivo para não ter acontecido.
Pacheco é o preferido de lideranças do Senado para ser indicado para a vaga no STF. Essa preferência foi revelada a Lula pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), em reunião no mês passado.
— Até o momento que o presidente mande a sua indicação, é natural essa torcida pelo nome que cada um prefere. Depois que ele mandar o nome, seja qual for na minha opinião, as pessoas acolhem uma demanda do presidente.
Segundo Wagner, a conversa entre Lula e Pacheco acontecerá nesta semana. Na sexta-feira, o presidente viaja para a África do Sul para participar da cúpula dos Brics.
Lula lança Plano Nacional de Cultura
O líder do governo no Senado falou sobre a indicação para a vaga do Supremo durante a cerimônia para o envio do Plano Nacional de Cultura ao Congresso nesta segunda-feira no Palácio do Planalto.
Ao discursar no evento, Lula disse ter o sonho de “transformar a cultura num movimento efetivamente de base, uma coisa popular”.
— Para que a gente, ao invés de ter aquelas coisas muito, sabe, encalacrada, aquelas coisas muito fechadas, aquelas redomas, em que tudo funciona certinho, a gente tem que ter uma espécie de guerrilha democrática cultural nesse país.
Ao relembrar a trajetória da ministra da Cultura, Margareth Menezes, no governo, o presidente afirmou que ela era tímida ao assumir o posto em 2023.
— Os artistas sabem cantar, mas para falar são um desastre. Mas agora ela já melhorou bastante. Parece que quer ser candidata a alguma coisa.
Margareth, que é cantora, deve disputar uma vaga de deputada federal pela Bahia na eleição do ano que vem.

