Líder do governo, FBC avisa que fundo eleitoral ficará em R$ 2 bi
Valor original acordado seria de R$ 3,8 bi
Os parlamentares estão "chiando", nas palavras do próprio líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho. Resistem a recuar e reduzir o valor de R$ 3,8 bilhões, acordado originalmente com a benção de 13 partidos e destinado às campanhas eleitorais do ano que vem.
O montante foi aprovado na semana passada na Comissão Mista do Orçamento em relatório preliminar do Projeto de Lei Orçamentária de 2020. O relator do Orçamento, no entanto, deputado Domingos Neto (PSD-CE), já tenta convencer líderes na Câmara a mudar de ideia. Ele argumenta com base na sinalização do governo de que o presidente Jair Bolsonaro vetaria os R$ 3,8 bilhões, que geraram pressão da população e um debate mais acirrado em função de que esse aumento (em 2018, os partidos receberam R$ 1,7 bi) seria bancado por cortes em setores como Saúde e Educação. Nesse processo, Fernando Bezerra Coelho foi à mesa, por mais de uma vez, numa negociação para reduzir os R$ 3,8 bi. O próprio Domingos Neto passou a defender um consenso como forma de evitar que um veto de Bolsonaro deixe candidatos a prefeito e vereadores no ano que vem de mãos abanando.
Parlamentares observam, nos bastidores, que o problema maior é que a Câmara derrubaria um veto, mas o Senado não. "Se ele vetar, fica zero o valor para as campanhas de 2020", adverte um deputado que prefere não se identificar. Ontem, durante café da manhã com a Imprensa, Fernando Bezerra Coelho, indagado pela coluna sobre eventual recuo no valor do fundo, cravou: "Vai ficar em R$ 2 bi". Ponderou na sequência que "os líderes estão ainda, digamos assim, chiando". Mas assegurou que o Congresso fechará nos R$ bilhões como resultado da pressão popular "e de tudo", diz o líder, lembrando que o presidente já sinalizara ser contrário ao valor cheio de R$ 3,8 bi.
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