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Política

Mendes vê normalidade em todo País

Presidente do TSE fez um balanço positivo do primeiro turno das eleições municipais ao final da votação

Mendes mostrou-se preocupado com crime organizadoMendes mostrou-se preocupado com crime organizado - Foto: valter camponato/abr

 

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, disse, ontem, que o primeiro turno das eleições municipais ocorreu “em clima de normalidade e de paz”. De acordo com o balanço final da votação, divulgado pela Justiça Eleitoral, haverá segundo turno em 54 municípios do País.

Segundo os dados, o primeiro município brasileiro a totalizar a apuração foi Ponte Alta do Norte (SC). Nas capitais, a votação foi finalizada primeiro em Curitiba (PR), às 18h08, Palmas (TO), (18h31) e Vitória (ES), às 18h40. Durante a votação, foi registrada a prisão de 383 candidatos, principalmente por boca de urna e a quebra de 4.424 urnas (1% do total), que foram substituídas.

Nestas eleições, foi registrada queda nas doações declaradas à Justiça Eleitoral. Com a proibição de doações de empresas, inserida na reforma eleitoral aprovada ano passado pelo Congresso, os valores passaram de R$ 6,2 bilhões nas eleições municipais de 2012 para R$ 2,3 bilhões neste ano. O custo das eleições subiu de R$ 483 milhões para R$ 650 milhões, e o custo do voto passou de R$ 3,44 para R$ 4,50.

Segurança
Apesar de ressaltar que o plei­to ocorreu de forma tranqui­­la, Mendes demonstrou pre­ocupação com os ataques a locais de votação em São Lu­ís (MA) e as ocorrências re­­gistradas no Rio de Janeiro. No entanto, o ministro disse que os ataques não estão relacionados ao período eleitoral.

“Em geral, podemos dizer que não se cuida propriamente de delitos ligados ao pleito eleitoral, mas, muito provavelmente, a presença do crime organizado no contexto geral, disputa entre milícias e narcotráfico”, declarou Mendes.

Na mesma entrevista coletiva, o ministro da Defesa, Ra­ul Jungmann, divulgou o ba­lanço final da atuação das Forças Armadas nas eleições. Segundo o ministro, foram en­viados 25,2 mil militares pa­ra 498 localidades em 17 esta­dos. Nas eleições municipais de 2012, o efetivo havia si­do enviado para 477 cidades.

Preocupação
Pela manhã, logo no começo das votações, Mendes esteve no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo para acompanhar a votação paralela, sistema de auditoria de segurança das urnas eletrônicas. Na ocasião, ele havia manifestado preocupação com o que viria, dizendo que essa foi uma das eleições com mais episódios de violência da história e que isso é reflexo do aumento da insegurança pública no País.

“Houve uma deterioração do quadro de segurança pública e isso se reflete no processo eleitoral”, disse ele. “Temos mais violência do que tivemos em 2012.” Ele, que esteve na Baixada Flumi­nense para acompanhar os casos recentes de violência no Rio de Janeiro, afirmou que foram feitos pedidos de força federal em mais de 400 municípios pelo País. “Sabemos que muitos desses casos têm relação com o crime organizado. A última coisa que queremos é o crime organizado envolvido com a política.”

O presidente do STF afirmou que essas eleições vão funcionar como uma espécie de “experimento institucional” por estrearem novas regras, como a proibição do financiamento empresarial nas campanhas. Em relação ao fa­to de a medida possivelmen­te desencadear aumento de caixa dois, o ministro afirmou que deverá haver uma avaliação precisa após o segundo turno e, se necessário, a indicação de novas medidas. “O que eu estou defendendo faz tempo é que temos que fazer a tão desejada reforma política do sistema eleitoral.”

 

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