Ofício de FBC gerou grita e prefeitos apelaram a Miguel
Documento gerou grita em grupo de WhatsApp
No final das contas, os prefeitos estão dispostos a fazer gestos e a agradecer aos deputados após a Câmara Federal aprovar, mediante acordo com o Senado, o projeto da cessão onerosa, que trata da divisão dos recursos do megaleilão do pré-sal, marcado para 6 de novembro. Relatos, no entanto, dão conta de que a "guerra foi enorme" nos bastidores anteontem até se chegar a um denominador comum. Um ofício assinado pelo líder do governo na Casa Alta, senador Fernando Bezerra Coelho, bateu no grupo de WhatsApp dos prefeitos e deu-se uma grita dos integrantes. O documento previa carimbar os recursos do pré-sal para eventuais rombos com a previdência. Os prefeitos chiaram e pressionaram para usar livremente esses recursos. Um dos membros do grupo, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, herdeiro de FBC, virou destinatário dos apelos dos colegas. Ontem, gestores relatavam à coluna, em reserva, que a atuação de Miguel foi fundamental.
Como a coluna cantara a pedra, os prefeitos e associações que representam os municípios fizeram "plantão" em Brasília para acompanhar o processo de decisão sobre a distribuição do dinheiro. A reunião dos gestores com o colégio de líderes foi tensa. "Houve reação dos prefeitos quando souberam que (a aplicação do dinheiro) seria obrigatoriamente para previdência. A gente queria para investimento, eles botaram para previdência", relata um prefeito em reserva. Outro gestor pernambucano, nas coxias, sublinha: "Não é muito dinheiro, era um pingo d´água no oceano: nem pagava a conta da previdência, nem dava para nada mais". O ofício assinado por Fernando era referente à postura dos líderes do Senado e da Câmara Federal e compreendia uma sinalização para o governo, que esperava uma compensação à manutenção do abono salarial pelo Senado na votação da reforma da previdência. Os prefeitos bateram o pé e chegaram a crucificar Fernando Bezerra, realçando a situação de aperto vivida pelos municípios. Correram para Miguel Coelho como forma de chegar a FBC. E atribuem ao gestor de Petrolina atuação determinante. O carimbo foi tirado, mas os prefeitos dizem que não dá para descansar com o que ainda vem pela frente de reformas.
Veja também

Política
Bolsonaro diz que estatais não devem se dissociar de uma 'visão de social'
