Política

Pacote que prevê benefícios à PM deflagra polêmica

Projeto só chegou à Alepe à noite. Mas, durante toda tarde, oposição e governo trocaram ironias e farpas

Nascimento, por sua vez, destacou boa intenção do Governo do?EstadoNascimento, por sua vez, destacou boa intenção do Governo do?Estado - Foto: Jedson Nobre/Arquivo Folha

Enquanto o governo preparava e enviava para o Legislativo estadual um “pacote” para tentar apaziguar os ânimos dos policiais militares, a onda da violência deu a tônica do debate, na última segunda-feira , na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Num embate que envolveu bate-boca, farpas, trocas de acusações entre oposição e governo, e até fogo amigo por parte de aliados do Palácio do Campo das Princesas, o líder da oposição, Silvio Costa Filho (PRB), criticou o crescimento da violência em Pernambuco e a postura do governador Paulo Câmara (PsB) diante do assunto.

No plenário, o oposicionista ressaltou que a população está com medo de ir às ruas.
Lembrou que, diante do atual cenário, o governador chegou a mudar o titular da pasta de segurança, mas “a violência continuou crescendo”. “O governador não dá uma entrevista para dar um recado à população. Ele precisa se pronunciar sobre o tema e não terceirizar. Do jeito que está ninguém sabe com quem dialogar”, disparou.
As críticas vieram em virtude da queda de braço que vem sendo travada entre o Palácio e os policiais militares. Os militares reclamam que a mesa de negociação vem sendo realizada somente entre o governo e os comandantes do alto escalão.
O principal pleito daPolícia Militar é a equiparação salarial com a Polícia Civil. Durante o embate, o vice-líder da oposição, Joel da Harpa (PTN), criticou o boicote que integrantes do governo deram na sessão passada para discutir o projeto com a presença de lideranças das associações militares.

Em tom de ironia, o oposicionista comparou o secretário de Defesa, Angelo Gioia, ao ex-presidente Marechal Deodoro, e chegou a citar os super-heróis para resolver o problema da segurança. “Do jeito que vai, a única saída é chamar a Liga da Justiça para resolver o problema da segurança pública: Batman, Robin e Super-homem”, falou Harpa, informando que nesta terça-feira (7) se reunirá com as associações para deliberar sobre a proposta do governo.
Na defesa da gestão, o líder do governo, Isaltino Nascimento (PSB), ressaltou a boa intenção e atenção do governo com a categoria ao encaminhar o projeto que elevará o salário em até 40% num impacto aos cofres públicos que chegará a R$ 303 milhões. Outros deputados de oposição e governo participaram do embate.
Mas coube ao deputado Álvaro Porto (PSD) fazer o papel dos dois lados. Apesar de integrar a base do governo, o deputado agiu como oposicionista, numa espécie de fogo amigo. Ressaltou que a “a população quer menos declarações e mais ação”, e chegou a afirmar que a gestão “é incapaz de iniciar um processo que reverta à situação” da segurança.
Projeto
Em meio ao pé de guerra, ainda ontem, o governo do Estado encaminhou às 20h40 o projeto de reajuste da categoria. Até ser votado, o texto seguirá os trâmites de passar pelas comissões. A gestão não trabalha com o curto intervalo de tempo para aprovar a matéria. A proposta é exaurir ao máximo as discussões em torno da matéria.

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