Para Henry, construção da unidade 'não é fácil'
Declaração carrega nas entrelinhas cicatrizes de 2012
À medida que a defesa da unidade passou a ser, praticamente, um consenso na Oposição, a aceitação ao nome do deputado federal Raul Henry como eventual alternativa para concorrer à Prefeitura do Recife também foi se estendendo nas hostes oposicionistas. No lugar das resistências, antes externadas nas coxias, ganha espaço o entendimento de que, sem unidade, a Oposição só beneficia a concorrência. Nas palavras já verbalizadas pelo deputado Daniel Coelho, "três candidaturas no campo da Oposição só fortalecem o adversário". O debate não exclui nome algum, mas passa a incluir o de Henry de maneira mais pacificada que outrora.
Presidente estadual do MDB, Henry tem acompanhado o debate sem opinar e tem avisado que o tema "candidatura própria" vai ser discutido no MDB no tempo certo e com cautela. Mas, à coluna, ontem, pouco depois de assinar a ficha de filiação do ex-prefeito Yves Ribeiro, em Paulista, indagado sobre a movimentação em torno do seu nome, fez a seguinte ponderação: "Todo mundo expressa esse desejo, mas a construção da unidade não é tarefa fácil". Foi sucinto na declaração. No entanto, ela carrega nas entrelinhas sinais de alguma cicatriz de 2012, quando a Oposição também ensaiou uma unidade em torno do nome dele, a qual acabou não se consolidando. Naquela ocasião, para que o MDB ingressasse na aliança com o PSB era necessário que os socialistas rompessem com o PT e foi o que ocorreu. O rompimento dos socialistas com os petistas acabou somando para que emedebistas passassem a fazer parte de Frente Popular, onde se encontram até hoje, cenário que pode ser alterado caso Henry seja convencido pelos estímulos que vem recebendo do senador Fernando Bezerra Coelho e de integrantes da Oposição, os quais aguardam movimentação mais concreta do MDB no sentido de deixar a base. Henry, como disse, não acha fácil a construção.
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