Para julgar trama golpista, Zanin adota rito extraordinário e convoca três sessões seguidas no STF
Análise irá ocorrer de forma presencial na Primeira Turma do STF; Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro e os demais investigados irão virar réus
Presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Cristiano Zanin já iniciou a estratégia de ampliação do número de sessões do colegiado com o intuito de julgar a trama golpista.
A marcar a data do início do julgamento da denúncia para o dia 25 de março, Zanin convocou outras duas sessões extraordinárias.
Via de regra, a Primeira Turma se reúne quinzenalmente às terças-feiras e não toda semana, às quartas e quintas, como ocorre no plenário do STF. O número de encontros, porém, pode mudar caso o presidente do colegiado entenda ser necessário para abarcar um maior número de casos.
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A ideia de ampliação do número de sessões por Zanin estava em estudo desde o início do ano, como mostrou O Globo.
No dia 25 de março, uma terça-feira, serão duas sessões da Primeira Turma, uma pela manhã e outra à tarde.
Na quarta-feira, dia 26, os ministros se reunião pela manhã, antes do início da sessão do plenário.
Ministros do STF não descartam que mais sessões extraordinárias sejam incluídas no calendário caso o julgamento sobre o recebimento da denúncia não seja concluído no dia 26.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, liberou a denúncia para julgamento após a PGR apresentar uma manifestação rebatendo as respostas apresentadas pelas defesas contra a denúncia.
Participam do julgamento, além de Moraes e Zanin, a ministra Cármen Lúcia e os ministros Flávio Dino e Luiz Fux.
Será analisada a denúncia referente ao primeiro núcleo apontado pela PGR — a acusação foi dividida em cinco grupos, para facilitar seu andamento.
Além de Bolsonaro, estão nesse grupo quatro ex-ministros do seu governo: Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Anderson Torres (Justiça), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
Também estão no núcleo o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, atual deputado federal, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou acordo de de delação premiada.