Paulo Câmara muda postura e intensifica agenda nacional
Aliados admitem mudança de postura e ação mais “ativa”
Há uma mudança de estratégia em curso e ela inclui uma dedicação maior do governador Paulo Câmara à agenda nacional. A participação recente dele na Climate Week, em Nova York, faz parte desse roteiro. Antes de se dirigir ao evento, o socialista apresentou, aos governadores do Nordeste, a proposta de falar em nome deles e recebeu carta branca. Fez uma apresentação, demarcando posição em contraponto à passagem de Jair Bolsonaro pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Na ocasião, concedeu entrevista ao jornal Valor Econômico. Além de apontar que a posição de Bolsonaro na ONU "levantou mais muros do que construiu pontes", defendeu a unidade das esquerdas em 2022 e disse que vai trabalhar por essa união. Aliados admitem que há uma mudança de postura e que ele está se "colocando mais na pauta nacional".
Nesta semana, o governador receberá o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos. Como a coluna antecipou, a agenda deve se configurar num movimento de aproximação institucional entre o Governo Federal e o Governo de Pernambuco. Fontes ligadas ao governador dizem que não dá para radicalizar de forma a prejudicar a pauta administrativa. No Palácio das Princesas, há previsão de agenda do governador com o ministro Sérgio Moro para o dia 21. No domingo, o The Washington Post estampou matéria sobre Fernando de Noronha, tratando a ilha como modelo de desenvolvimento sustentável para o Brasil e traçando novo contraponto em relação ao presidente Jair Bolsonaro. Ontem, Paulo Câmara cumpriu agenda em Brasília. Na pauta, assinatura de convênio com o BID e reuniões, junto com governadores do Norte e Nordeste, com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, sobre a distribuição de recursos do pré-sal. Essa postura "mais ativa" de Câmara na esfera nacional inclui a ampliação do contato com jornalistas, que também deve ser intensificado daqui para frente.