Paulo fala em previdência. Para deputados, “não restou opção”
Deputados dizem que gestores “perderam a aposta”
Ao afirmar, ontem, que vai propor mudanças na previdência do Estado, independente de o Congresso Nacional aprovar a PEC paralela, o governador Paulo Câmara investiu em movimento que soou, a alguns deputados federais de Pernambuco, como um atestado de que “não restou opção”. Parlamentares grifam que ele “não tem alternativa”, que esse é o “único caminho para equilibrar as contas, arrumar a máquina”. Em reserva, um deputado da bancada pernambucana assinala: “Se essa percepção que ele tem hoje, ele tivesse no começo do ano, tudo teria sido aprovado em conjunto pelo Congresso e não seria necessária PEC paralela, nem que assembleias e câmaras municipais aprovassem isso em ano eleitoral”. Há algum tempo que deputados questionam o discurso “demagogo”, na definição deles, dos governadores do Nordeste, que bateram o pé contra a reforma.
Parlamentares avaliaram que os gestores queriam que o Congresso resolvesse a situação e assumisse só o desgaste, enquanto eles seguiriam fazendo contraponto e se apresentando como “salvadores da pátria”. De lá para cá, os Estados começaram a encaminhar suas reformas e há quem aponte que a postura dos governadores vêm se flexibilizando. Ao tratar do tema ontem, em entrevista à rádio local, Paulo Câmara chamou de “expressivo” o aporte de R$ 2,8 bilhões que o governo precisará fazer em 2019 na previdência estadual. E defendeu que esse é um debate que Pernambuco “precisa fazer”. O socialista argumentou que seu partido, o PSB, foi contrário à reforma proposta pelo governo Jair Bolsonaro, uma vez que “só pegou quem ganha até um salário mínimo e meio”. Para parlamentares, os movimentos recentes de governadores, inclusive de Flávio Dino, do PCdoB, que também propôs alteração na legislação previdenciária, sinaliza que eles fizeram a “aposta errada” e “perderam a aposta”.