Pelas contas da oposição, ficou "mais caro" tirar o PT do páreo
A necessidade dos petistas de fazerem bancada federal ficou ainda maior
As lideranças de oposição no Estado se reúnem, hoje, em Petrolina, em mais um encontro do movimento "Pernambuco Quer Mudar", com algumas decisões pela frente a serem tomadas. Entre elas, se consolidarão duas candidaturas ou uma ao Governo do Estado. Os dois nomes cotados, hoje, são os dos senadores Fernando Bezerra Coelho e Armando Monteiro Neto. A outra expectativa gira em torno da definição da situação do PMDB, cujo tempo de televisão tem peso considerável nas costuras. De outro lado, oposicionistas estão cientes de que o tempo de TV do PT continua sendo cobiçado pela Frente Popular. Mas avaliam que o "preço" de se retirar, a partir de agora, a candidatura da vereadora Marília Arraes dos planos petistas ficou "mais caro". A leitura se dá em função da necessidade ainda maior, após a condenação do ex-presidente Lula pelo TRF4, de o PT eleger deputados federais.
Salvar uma bancada federal tem a ver com garantir fundo partidário, num contexto em que o financiamento privado não é mais permitido. Entre os próprios oposicionistas, faz-se uma conta de que o PT se aliar à Frente Popular pode não ser garantia de eleição de parlamentares para Câmara Federal, uma vez que, em 2014, o partido esteve na aliança do senador Armando Monteiro Neto, do PTB, e, mesmo assim, não fez nenhum deputado federal, a despeito de integrantes da coligação terem sido eleitos. No PT, a regra é ter o máximo de candidaturas próprias. "Fica caro para tirar o PT (do páreo)", observa um oposicionista. Nesse cenário, admite-se que o PSB passe a trabalhar com a possibilidade de investir em cotas extras para petistas no Governo do Estado. Enquanto isso, oposicionistas apostam na probabilidade de FBC estar com o controle do PMDB até as convenções. E, agora, tanto PMDB quanto PT carregam em seu repertório batalhas judiciais.
Quer ver mesmo
Ex-secretário da Casa Civil do Governo Eduardo Campos, o deputado federal Tadeu Alencar vê tentativas de "apropriação indevida" do legado de Eduardo Campos e gostaria de ver um embate entre Fernando Bezerra Coelho e Paulo Câmara. "Se depender de mim, eu gostaria que Fernando Bezerra Coelho fosse candidato", assinala o socialista.
Adversário > "Vai ser um debate interessante porque a eleição de Paulo Câmara não foi fruto de desejo pessoal, é um acúmulo de força política, decorrente de um projeto que transformou Pernambuco e do qual muitos querem se apropriar", alfineta Tadeu Alencar.
Paternidade > E emenda: "Mas a continuidade desse legado, que vem de longe, é do PSB. Aliás, é a oportunidade de contrastar o que foi feito no governo Paulo Câmara com os feitos dos que lhe fazem oposição".
Pode tudo > Indagado sobre a possibilidade de a situação do PMDB não estar ainda decidida até as convenções, um membro da oposição diz o seguinte: "O cenário provável é o PMDB sob controle de Fernando Bezerra Coelho. Mas a gente também pode morrer atropelado na rua a qualquer momento".
No fundo, no fundo > Enquanto Júlio Lóssio se prepara para se filiar à Rede e concorrer ao Governo de Pernambuco, entre governistas e oposicionistas, há avaliações coincidentes de que o ex-prefeito de Petrolina pretende mesmo é retomar a prefeitura daquela cidade.
Descanso > Paulo Câmara tirou uma semana de férias. Saiu ontem e retorna na próxima sexta-feira. Embarcou com a família para os Estados Unidos.