Política

Perillo é recordista de viagens ao exterior

Chefe do Executivo de Goiás foi o governador governador que mais viajou para fora do Brasil desde janeiro de 2015

Marconi Perillo Marconi Perillo  - Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil

"Quem não é visto não é lembrado." Assim o governador goiano Marconi Perillo (PSDB) respondeu, em redes sociais, a críticas a uma de suas viagens ao exterior.

Perillo, que está no quarto mandato à frente do Estado e tenta se viabilizar como candidato a vice-presidente numa chapa com Geraldo Alckmin (PSDB-SP) ou João Doria, é o governador que mais viajou para fora do Brasil desde janeiro de 2015, aponta levantamento da Folha de S.Paulo.

Ao todo, foram nove missões oficiais para quatro continentes, que consumiram 61 dias, ou 7% do período desde a última recondução.

"Quem chega primeiro bebe a água mais limpa. Por isso sou o primeiro a vir aqui", disse, ao falar de sua ida neste ano na Arábia Saudita. Ele disse ter procurado investidores para uma linha de trem de passageiros de alta velocidade ligando Goiânia a Brasília. Afirma já contar com o apoio federal ao projeto, de custo estimado em R$ 9 bilhões.

Em fevereiro de 2016, foi a um continente não visitado por nenhum outro governador do país eleito em 2014: passou quatro dias na Austrália e outros cinco na Nova Zelândia. Em Sydney, dedicou uma manhã a conhecer o sistema de transporte público local.

"Pouca gente no mundo sabe onde fica Goiás. As pessoas conhecem quando muito Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. É preciso que estas missões continuem para apresentar nosso Estado e nossas potencialidades. O resultado é excepcional. Todos esses países colocaram o Estado de Goiás em seu radar", disse ele, em Auckland.

Na primeira viagem internacional do mandato, o tucano foi a Roma e viu o papa. Participou de uma audiência coletiva com Francisco, a convite da Embaixada do Brasil no Vaticano, e se encontrou brevemente com o pontífice.

Na Espanha e na Bélgica, em 2015, ele promoveu reuniões de um projeto chamado "Andorinhas", que "orienta o trabalhador goiano residente no exterior a planejar a vida financeira", com cursos e assessoria para obtenção de crédito.

O tucano chegou a ir duas vezes aos Estados Unidos em menos de um mês, em 2016. Em duas ocasiões, anunciou que eram para eventos ligados à Universidade Harvard.

Antes, em uma ida a Nova York, também participou de evento organizado por João Doria (PSDB), atual prefeito de São Paulo, ao lado de Alckmin e Pedro Taques (MT).

Em uma das viagens à América do Norte, teve que voltar às pressas para o Brasil, depois que seu vice, José Eliton (PSDB) foi baleado em um ato de campanha no interior do Estado. Na ocasião, um candidato a prefeito foi morto a tiros.

A oposição critica. "Ele terceirizou o governo ao vice. Ano passado, pediu autorização de viagem à Assembleia sem dizer para onde e como ia. Até agora não sabemos se viajou de bicicleta, barco ou avião", diz o líder oposicionista na Assembleia de Goiás, José Nelto (PMDB).

Questionado, o governo goiano informou gastos de R$ 681 mil com oito das viagens. A ajuda de custo para o governador, vice, secretários estaduais no Estado é de € 600 ou US$ 600 por dia. Eles podem viajar, segundo o governo do Estado, "no máximo em classe executiva".

O governo disse que empresários que participam das viagens custeiam suas despesas, e parentes têm seus gastos pagos pelo governador.

Na última semana, Perillo foi alvo de um revés na sua articulação para ser candidato a vice-presidente: delatores da Odebrecht disseram que ele recebeu R$ 8 milhões de caixa dois nas campanhas de 2010 e 2014.

Em resposta, disse que "nunca pediu ou autorizou que solicitassem em seu nome qualquer contribuição de campanha que não fosse oficial e rigorosamente de acordo com a legislação eleitoral".

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