Pezão diz que ainda não foram discutidos recursos para segurança no Rio
Governador pretende aguardar a aprovação do decreto pelo Congresso Nacional para discutir o tema com o governo federal
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse nesta segunda-feira (19) que os órgãos de segurança pública do Rio já estão trabalhando em conjunto com as Forças Armadas, mas afirmou que ainda não foi discutida a possibilidade de mais recursos federais acompanharem a intervenção decretada no estado na área de segurança pública.
"Até agora não discutimos nenhum recurso novo para a área de segurança", disse. Afirmou que pretende aguardar a aprovação do decreto pelo Congresso Nacional para discutir o tema com o governo federal. "Vamos esperar", disse.
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O decreto de intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro foi assinado na última sexta-feira (16) pelo presidente Michel Temer e já está em vigor. Com ele, o general Walter Braga Netto, do Comando Militar do Leste, assumiu o cargo de interventor.
A medida, no entanto, ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional e pode ser votada hoje pela Câmara dos Deputados. Segundo Pezão, enquanto a matéria não for votada, as Forças Armadas ainda não podem ser empregadas.
"Enquanto não tiver aprovação no Congresso, o Exército Brasileiro não pode entrar [nas favelas]. Mas isso não tem impedido de estarmos permanentemente nos falando, e as equipes dele [do Exército] todas trabalhando juntas no Centro de Comando e Controle ou no Comando Militar do Leste", disse o governador. "Estamos em uma permanente integração desde quinta-feira", observou.
Violência, tráfico de armas pesadas e estradas
Ele defendeu que, apesar de não ter os maiores índices de violência do país, o Rio de Janeiro tem peculiaridades que motivaram a intervenção, como a quantidade de estradas federais e o tráfico de armas pesadas.
"Fuzil é arma de guerra em qualquer lugar do mundo. Quando um cidadão está portando um fuzil, o que aparece, em qualquer lugar do planeta, são as Forças Armadas para combater, não é a polícia", disse Pezão, que continuou: "Bandido portando fuzil quem tem que cuidar são as Forças Armadas. Não é a Polícia Militar sozinha ou a Polícia Civil que vão resolver esse problema".
Horário integral em escolas pode ser ampliado
Pezão participou nesta segunda-feira (19) da reabertura da Biblioteca Parque da Rocinha, que estava fechada desde dezembro de 2016. Segundo ele, o estado pretende ampliar o horário integral em escolas situadas em favelas do Rio de Janeiro.
Ao discursar na reabertura da biblioteca, o governador afirmou que, se o ensino em tempo integral nos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) tivesse sido mantido desde a década de 80, a situação de violência no estado seria diferente.
"Se tivéssemos acreditado naquele projeto há anos atrás, agora não estaríamos precisando construir mais presídio, mais casa de detenção, mais Degase [Departamento Geral de Ações Socioeducativas] ", finalizou.