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Política

PSB-PE sobreviveu à ausência de seu líder

A legenda conseguiu se firmar no Estado na primeira eleição sem Eduardo Campos, morto em 2014. No Brasil, disputa hegemonia com os paulistas

André Campos (PSB)André Campos (PSB) - Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

 

Na primeira eleição sem o comando e presença do seu líder Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em 2014, o PSB deu sinais de que sobreviveu a perda da sua maior referência e consolidou sua força em Pernambuco e no cenário nacional. No Brasil, foram conquistadas 418 prefeituras. Na eleição anterior, a sigla elegeu 442 chefes do Executivo municipal, mas perdeu 40 gestores com a saída do grupo dos Gomes em 2013.

Neste ano, venceu em duas capitais: Palmas, com Carlos Amastha, e no Recife, com Geraldo Julio. Em 2012, havia vencido no Recife, em Fortaleza, em Belo Horizonte, Porto Velho e em Cuiabá. No entanto, ganhou em grandes centros urbanos como Guarulhos (segundo maior colégio eleitoral de São Paulo), Campinas, Guarujá e Mauá.
“O sucesso do partido após a trágica perda de Eduardo Campos mostra que o partido construiu lideranças novas e fortes. Vivemos momentos de dificuldades, mas superamos as diferenças e vencemos a primeira batalha. Muitos diziam que o partido iria se dividir e enfraquecer, mas mostramos que crescemos”, afirmou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que defende o lançamento de um nome próprio do PSB para as próximas eleições presidenciais.
Nas hostes socialistas, fortaleceu-se o PSB de São Paulo, que vem disputando espaço com o diretório pernambucano no partido. A sigla paulista conquistou cidades que somam mais de 5 milhões de habitantes. Venceu em colégios eleitorais importantes como Campinas, Guarulhos, Mauá e Guarujá. A força adquirida pelo PSB-SP esquenta a disputa interna por espaço dentro da legenda entre pernambucanos e paulistas.

Em Pernambuco, a sigla mantém o comando das duas principais máquinas do Estado, a Prefeitura do Recife e o Palácio das Princesas, além de conquistar o comando de 70 cidades. Nos municípios onde venceu, teve a preferência de 1,2 milhão de eleitores.
O resultado dá novo fôlego para articulações da sigla até o pleito de 2018, mas a própria história da agremiação mostra que é preciso estar alerta. Em 1996, o então governador Miguel Arraes valeu-se da força da máquina estadual para eleger o maior número de prefeitos da história da Frente Popular. Foram 136 prefeituras, e socialistas davam como certa uma vitória confortável na eleição de 1998. O que a realidade provou foi o contrário. A maioria dos aliados debandaram para o palanque adversário de Jarbas Vasconcelos (PMDB), e a agremiação sofreu uma derrota de mais de um milhão de votos.
“Não paramos de trabalhar, e a articulação com os partidos continua. O que aconteceu no passado serve como exemplo e objeto de estudo, mas não é isso que nos espera”, garantiu o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes.
Além do governador Paulo Câmara e do prefeito do Recife, Geraldo Julio, outros grupos do PSB pernambucano também saem fortalecidos, como os Coelho, em Petrolina, e o advogado Antônio Campos, em Olinda - mesmo sem vencer o pleito, chegou ao segundo turno do terceiro maior colégio eleitoral do Estado. Os Coelho são vistos como um grupo com bastante independência e acumulou força com a vitória de Miguel Coelho em Petrolina, no Sertão do São Francisco.

 

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