Política

Quem tem 'vergonha na cara' se constrange com delação, diz Bruno Araújo

As declarações do ministro foram feitas em Lisboa, onde participa do 5º Seminário Luso-Brasileiro de Direito

Bruno Araújo, ministro das CidadesBruno Araújo, ministro das Cidades - Foto: Jedson Nobre/Arquivo Folha

Citado por delatores da Lava Jato, o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE), disse que está bastante constrangido com sua presença na lista de Fachin.

"Evidente que estou mais do que constrangido. Não estou falando na vida política não, estou falando na vida pessoal", disse o ministro.

Segundo Araújo, qualquer pessoa "com vergonha na cara" ficaria constrangido com essa situação, mas o ministro aproveitou para negar as acusações.

Nas declarações de ex-executivos da Odebrecht, Araújo apareceria na famosa lista da propina com o apelido de "Jujuba" e teria recebido R$ 600 mil.

O ministro criticou a interpretação da fala dos executivos.

"Qualquer um que se dá ao trabalho de assistir cinco minutos de depoimento vê que em todos eles dizem que nunca tiveram qualquer relação de contrapartida", afirmou.

As declarações foram feitas em Lisboa, onde o ministro participa do 5º Seminário Luso-Brasileiro de Direito, organizado pelo IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), que tem o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes como um dos sócios.

O encontro reúne vários políticos e personalidades do meio jurídico nesta semana na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Além de Araújo, outros citados na Lava Jato, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) também participam como palestrantes.

SEPARAÇÃO DO PROCESSO
Nesta terça (18), Bruno Araújo e o também ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores) pediram que os processos em que são investigados saiam das mãos do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

Eles alegam que suas citações não são relacionadas à Lava Jato, que apura desvios na Petrobras, e por isso não poderiam seguir sob a relatoria de Fachin.

"Tanto para mim quando para o Aloysio Nunes, é politicamente muito importante nos distanciarmos da Lava Jato. Fatos eventualmente imputados a nós, que são fortemente repelidos, não têm qualquer conexão a tudo que houve em relação a Petrobras."

EMENDAS INVESTIGADAS
Nesta semana, entra as diligências autorizadas por Edson Fachin no âmbito da Lava Jato, está uma investigação nas emendas de Bruno Araújo durante seu período como deputado federal.

Araújo disse que já disponibilizou para a imprensa o conteúdo de suas emendas, e que elas estarão disponíveis ao público em seu site. Ele disse que a análise das contas evidencia que não há irregularidades ou benefícios à Odebrecht: "Disponibilizei para a imprensa todas as minhas emendas parlamentares do ano de 2008 a 2016".

"Eu que sou um deputado de base do semiárido. São de obras pequenas, não me parece crível que a Odebrecht vá fazer obra de calçamento de R$ 200 mil no município semiárido brasileiro. Mas esse juízo de valor não quero fazer. As emendas estão entregues", finalizou.

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