Recondução de Maia pode nem exigir consulta
“Ele (Maia) está conduzindo a Câmara com cuidado, não criou patoto. Só em ter evitado isso, já é muito importante”
Sustentou-se até o outubro as conversas a respeito. Mas, de agora em diante, a sucessão da presidência da Câmara Federal concentra todas as atenções nas coxias do legislativo. Há cerca de duas semanas, o deputado federal Jarbas Vasconcelos foi procurado, na Casa, para emitir opinião. Disse, então, que concordava com a recondução do atual presidente, Rodrigo Maia. A defesa foi feita também, diretamente, ao mandatário. “Eu disse a ele que não havia impedimento legal, nem ético, que ele está num mandato tampão e que é melhor a gente não mexer nisso”, relata o peemedebista à coluna. Não é permitida a reeleição de quem se candidata ao mandato de dois anos. Em razão disso, estuda-se a possibilidade de Maia poder ser reconduzido. “Se a pessoa assume mandato emergencial, na minha opinião, não precisa nem consultar a CCJ”, argumenta Jarbas. Para ele, um mandato tampão não equivale a um mandato completo. “A gente está chegando à conclusão de que não é preciso nem fazer consulta. Ele pode ser candidato. Eu mesmo estou nessa jogada. Se está dando certo, por que mexer nisso?”, indaga. Enumera razões: “Ele está conduzindo a Câmara com cuidado, não criou patota. Só em ter evitado isso, já é muito importante”. O PSDB quer emplacar candidatura, ainda que Maia não seja um nome rejeitado pela sigla, e o centrão oferece obstáculos. Alguns parlamentares comparam a referida eleição a uma disputa para vice-presidente da República, uma vez que o dirigente da Câmara é o primeiro na linha sucessória. Daí, a dimensão que a articulação toma.