Recondução de Paulo Gonet à PGR até final de 2027 é oficializada após votação apertada no Senado
Publicação no Diário Oficial da União formaliza escolha de Lula; Senado aprovou em novembro
A recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) por mais dois anos foi oficializada nesta terça-feira, com a publicação no Diário Oficial da União. Ele ficará no cargo até o final de 2027.
A recondução teve chancela do Senado em 12 de novembro, quando Gonet foi confirmado por 45 votos a 26, uma margem marcada por forte resistência da oposição e a mais apertada desde 1989, quando Aristides Junqueira assumiu o posto por 47 votos a 3.
Em 2023, Gonet foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprovado com ampla maioria na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, 23 a 4, seguido de 65 votos a favor e 11 contra no plenário.
Desta vez, porém, no retorno ao cargo, sua indicação na CCJ foi mais disputada — 17 votos favoráveis contra 10 — e enfrentou questionamentos por parte de senadores críticos às investigações conduzidas pela PGR sobre o plano de golpe de Estado após as eleições de 2022.
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Em fevereiro deste ano, Gonet denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas por envolvimento em um plano para dar um golpe de Estado após as eleições de 2022, vencidas por Lula.Em julho, em alegações finais apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o núcleo crucial do golpe, o procurador-geral da República defendeu a condenação do ex-presidente e mais sete réus na ação penal ao entender que Bolsonaro deve ser considerado culpado dos cinco crimes atribuídos a ele. Em setembro, Bolsonaro foi condenado e no último dia 22 foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Desde que assumiu a PGR, Gonet teve participação, por exemplo, na punição dos réus dos ataques golpistas do 8 de Janeiro. Mas também tomou posições que contrariaram aliados do atual governo, como ao tentar reverter a anulação de condenações do ex-ministro José Dirceu na Lava-Jato, em novembro, e ao recorrer de decisões do ministro Dias Toffoli, que invalidaram atos da operação.
Em abril, denunciou o então ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por suposto desvio de emendas. A denúncia provocou a queda do ministro, que foi demitido por Lula após a acusação. Ele nega as acusações.

