Resíduos da eleição e sinais para 2018
Na aposta de Betinho, tudo depende de uma longa conversa, nada de curto prazo
Se a Operação Lava Jato e seus desdobramentos não entraram no foco dos debates da eleição municipal, outros temas nacionais foram à pauta e colocaram, por vezes, personagens aliados defendendo ideias opostas. É o caso da PEC 241, que limita os gastos públicos por 20 anos. No caso do prefeito e candidato à reeleição, Geraldo Julio, ainda que ele tenha se posicionado contra a proposta, a maioria da bancada do PSB na Câmara Federal, votou a favor da matéria, o que abriu brecha para que seu adversário na disputa, João Paulo, em sua propaganda, colasse, no PSB, a condição de favorável ao teto de gastos. Por outro lado, ainda que o petista fosse contra, seu candiato a vice, Silvio Costa Filho, manifestou-se, já ao final da disputa, favorável à mesma PEC, assim como seu pai, o deputado federal Silvio Costa, e como o senador Armando Monteiro Neto, outro que também integra o palanque de João Paulo. Essa divergência de pensamentos, inclusive, do petebista com o PT, começou a dar espaço para se suscite a formação de novo polo de poder no Estado. Do PSDB, o deputado federal Betinho Gomes já observa: “A posição de Armando em relação ao PT nunca foi uma posição de alinhamento ideológico, foi um alinhamento político, circunstancial e acho que ele compreende que cumpriu esse papel de dar sustentação à Dilma e ao PT, mas está lógico, fica claro que o pensamento dele não é o mesmo pensamento do PT e pode ser que, em algum momento, ele busque uma aproximação com o núcleo político que ele tenha mais identidade”. O assunto nascera com o G-4, formado por ministros pernambucanos.