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Política

Resíduos da eleição e sinais para 2018

Na aposta de Betinho, tudo depende de uma longa conversa, nada de curto prazo

Betinho Gomes, deputado federal do PSDBBetinho Gomes, deputado federal do PSDB - Foto: Nathália Bormann

Se a Operação Lava Jato e seus desdobramentos não entraram no foco dos debates da eleição municipal, outros temas nacionais foram à pauta e colocaram, por vezes, personagens aliados defendendo ideias opostas. É o caso da PEC 241, que limita os gastos públicos por 20 anos. No caso do prefeito e candidato à reeleição, Geraldo Julio, ainda que ele tenha se posicionado contra a proposta, a maioria da bancada do PSB na Câmara Federal, votou a favor da matéria, o que abriu brecha para que seu adversário na disputa, João Paulo, em sua propaganda, colasse, no PSB, a condição de favorável ao teto de gastos. Por outro lado, ainda que o petista fosse contra, seu candiato a vice, Silvio Costa Filho, manifestou-se, já ao final da disputa, favorável à mesma PEC, assim como seu pai, o deputado federal Silvio Costa, e como o senador Armando Monteiro Neto, outro que também integra o palanque de João Paulo. Essa divergência de pensamentos, inclusive, do petebista com o PT, começou a dar espaço para se suscite a formação de novo polo de poder no Estado. Do PSDB, o deputado federal Betinho Gomes já observa: “A posição de Armando em relação ao PT nunca foi uma posição de alinhamento ideológico, foi um alinhamento político, circunstancial e acho que ele compreende que cumpriu esse papel de dar sustentação à Dilma e ao PT, mas está lógico, fica claro que o pensamento dele não é o mesmo pensamento do PT e pode ser que, em algum momento, ele busque uma aproximação com o núcleo político que ele tenha mais identidade”. O assunto nascera com o G-4, formado por ministros pernambucanos.

Na aposta de Betinho, tudo depende de uma longa conversa, nada de curto prazo

Projeções para 2018
Com a eleição municipal chegando ao fim, alguns planos para 2018 começam a surgir na esteira do resultado das urnas. Nos bastidores, alguns membros do PSB, por exemplo, apontam a posição que Antônio Campos alcançou na corrida de Olinda como semente de uma possível candidatura de Ana Arraes ao Governo do Estado, em 2018.
Outro polo > Há um clamor dos chamados “socialistas históricos” nesse sentido. O projeto, na visão de alguns, fortaleceria os “arraesistas históricos”, nomes da legenda que não estariam satisfeitos com o que definem como o “novo PSB”.
Tese > Nas coxias, fala-se que Ana Arraes não descarta antecipar a aposentadoria do TCU, caso seja a vontade do grupo. Defende-se que ninguém faria oposição aos planos da mãe do ex-governador Eduardo Campos e que isso poderia ser um caminho para unidade.

Ao Palácio >Quando soube que as lideranças do PTB - leia-se o senador Armando Monteiro Neto - e do PSDB, entre elas, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, e do DEM, representado por Priscila Krause, desembarcariam, em peso, no comício de encerramento de Raquel Lyra, em Caruaru, o deputado federal Wolney Queiroz e o prefeito José Queiroz trataram de cumprir agenda nos encerramentos de Jaboatão, com Neco, e de Olinda, com Antônio Campos.
Recíproca > O deputado federal Jarbas Vasconcelos não faz arrodeio. Caruaru é a maior aposta do PMDB. E ele vê contribuição “muito positiva” de Paulo Câmara nesse projeto. O governador chegou a gravar para a propaganda de Tony Gel. “Foi um gesto”, considera Jarbas.

Cicatrizou > No período que antecedeu a eleição, cogitou-se que o PMDB poderia ocupar a vice na chapa de Geraldo Julio. A hipótese não se concretizou. “Não dá para reabrir isso, já foi solucionado”, pondera o ex-governador, cujo partido vem sendo tratado por socialistas, ao longo da campanha, como aliado prioritário.

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