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ALMIRANTE

Réu no STF, Almir Garnier não participou da transição de governo e faltou a posse de Lula

Ex-comandante da Marinha é interrogado nesta terça (10) na ação penal da trama do golpe

Réu no STF, Almir Garnier não participou da transição de governo e faltou a posse de LulaRéu no STF, Almir Garnier não participou da transição de governo e faltou a posse de Lula - Foto: Gustavo Moreno/STF

Almir Garnier, réu na ação penal sobre a trama do golpe, se tornou o primeiro comandante da Marinha a não participar da posse de um presidente, ao faltar à solenidade de transmissão de faixa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele também foi o único representante das Forças Armadas a não se reunir com o ministro da Defesa, José Múcio, durante o período de transição.

Assista ao vivo aos interrogatórios:

Questionado nesta terça-feira pelo ministro-relator Alexandre de Moraes sobre o motivo de sua ausência, Garnier afirmou que foi uma decisão conjunta de transmitir o cargo ainda durante o mandato de Bolsonaro.

— Disciplina, honra e palavra são muito caras a nós marinheiros — declarou. O ex-comandante explicou que, logo depois do primeiro turno, o brigadeiro Baptista Júnior teve uma reunião no Ministério da Defesa e disse que, pela polarização da eleição, seria melhor que todos os comandos fossem passados ainda no governo de Jair Bolsonaro.

Ele afirmou ter reservado o dia 28 de dezembro de 2022 para este planejamento e disse que, após a escolha do Almirante Olsen para sucedê-lo, este teria lhe procurado para pedir que o comando fosse passado apenas em janeiro, já com a presença do novo ministro.

— Eu disse a ele que tinha compromisso assumido com o ministério que eu pertenci durante todo esse tempo e que, por esta razão, não estaria presente — reiterou Garnier.

A Primeira Turma do STF realiza nesta terça-feira mais uma etapa dos interrogatórios dos réus da trama golpista. A retomada dos depoimentos ocorreu com questionamentos feitos a Garnier.

Almir Garnier é suspeito de ter concordado com um plano de Bolsonaro que poderia impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. A defesa de Garnier, conduzida pelo advogado Demóstenes Torres, nega que ele tenha concordado com o plano golpista.

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