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Sarney e FHC contam como Marco Maciel ajudou a consolidar a democracia

Livro "O Estilo Marco Maciel", de Magno Martins, será lançado dia 24 de agosto, na Academia Brasileira de Letras, no Rio

Jornalista Magno Martins, autor do livro "O Estilo Marco Maciel"Jornalista Magno Martins, autor do livro "O Estilo Marco Maciel" - Foto: Divulgação

No livro “O Estilo Marco Maciel”, de minha autoria, pela CRV Editora, de Curitiba, o ex-vice-pre­sidente da República na era FHC é apontado como um dos maiores apagadores de incêndios políticos da história brasileira. Em depoimento inédito para o livro, o ex-presidente José Sarney (MDB) afirma que transferiu Marco Maciel do Ministério da Educação para a Casa Civil para, com sua habilidade, contornar as crises políticas naturais em um governo de transição.

"Sem Marco na articulação, o processo da transição teria sido um pesadelo para mim. Ele me ajudou muito. Ajudou o Brasil a consolidar a sua democracia persistente", conta Sarney. Aos 93 anos, o ex-presidente, que governou o País com a morte de Tancredo Neves, em 1985, sofreu uma queda em sua casa na semana passada, mas está bem, segundo familiares.

Também em depoimento exclusivo para o livro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso revela que teve um vice que em nenhum momento conspirou. "Marco foi o vice dos sonhos de todo presidente. Talhado para quebrar tensões, exerceu papéis fundamentais não apenas no meu governo, mas nas articulações que me levaram à disputar o Planalto e sair vitorioso", disse FHC, acrescentando: "Marco Maciel foi um marco para a democracia quando ajudou Tancredo a derrotar Paulo Maluf". 

Como Sarney, Fernando Henrique continua dando seus palpites na política nacional, morando em São Paulo. No livro de memórias que escreveu revelando bastidores dos dois mandatos presidenciais, o ex-presidente dedica alguns capítulos às missões espinhosas que delegou a Marco Maciel. "Marco foi o bombeiro do meu governo", destacou.

Um dos políticos mais próximos a Marco Maciel, verdadeiro confidente, o ex-senador e ex-governador de Santa Catarina, Jorge Bornhausen, que o substituiu Maciel no Ministério da Educação quando remanejado por Sarney para a Casa Civil, classifica MM como o grande líder da transição democrática no prefácio que escreveu para o livro.

"O maior obstáculo a uma transição seria a escolha de Paulo Maluf como candidato do PDS à Presidência da República. Consciente disso, Marco Maciel liderou o processo que resultou na formação da Aliança Democrática em torno da candidatura de Tancredo Neves", assinala Jorge Bornhausen.

Para o jornalista Marcelo Tognozzi, que assina o prefácio, Marco Maciel deixou sua marca na política nacional construindo a paz, num Brasil onde a guerra pelo poder sempre foi movida a ódio e rancor. "O Marco Maciel retratado por Magno Martins é aquele que, mesmo nos momentos mais tensos, sempre trilhou o caminho do entendimento", escreveu Marcelo.

O livro será lançado no dia 24 de agosto, às 17h30, na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, logo após a sessão dos acadêmicos que tiveram o privilégio da convivência com o Marco Maciel imortal, ocupante da cadeira 39, a mesma que pertenceu ao também imortal da ABL Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo.

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