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'Se pode fazer acordo com o TSE, pode fazer comigo também', diz Bolsonaro sobre o WhatsApp

Presidente diz que vai procurar aplicativo para tratar de decisão de implementar recurso que amplia alcance de mensagens somente após as eleições

O presidente Jair Bolsonaro O presidente Jair Bolsonaro  - Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (16) que vai procurar representantes do WhatsApp no Brasil para tratar do acordo firmado entre o aplicativo e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deixou somente para depois das eleições a  incorporação na plataforma de uma função que amplia o alcance de mensagens.

Especialistas relataram à plataforma preocupção acerca da nova funcionalidade, que pode turbinar a disseminação de notícias falsas e ataques virtuais durante o período eleitoral.

"Já conversei com o (ministro das Comunicações) Fábio Faria. (Ele) vai conversar com representante do WhatsApp aqui no Brasil para explicar (o acordo). Se ele (WhatsApp) pode fazer um acordo com o TSE, pode fazer comigo também, por que não?" — disse Bolsonaro, em entrevista à CNN Brasil, no Guarujá (SP), onde passa o feriado de Páscoa.

O aplicativo anunciou na quinta-feira (14) que vai lançar uma nova funcionalidade no Brasil, chamada Comunidades, no próximo ano. O recurso vai possibilitar que administradores reúnam diferentes grupos sob um só guarda-chuva, ampliando o alcance de mensagens. O novo recurso, em fase de testes, pode facilitar a circulação de notícias falsas. Atualmente, os grupos de WhatsApp podem ter no máximo 256 integrantes.

"Essa última informação agora que o WhatsApp pode ter uma política mundial, ninguém vai reclamar. Agora, (por que) apenas para o Brasil o disparo em grupo poderá ser realizado depois das eleições? Ah, depois das eleições não vai ter mais fake news?" disse Bolsonaro.

Na sexta-feira, Bolsonaro participou de um passeio de moto com apoiadores em São Paulo, num trajeto que foi da capital até a cidade de Americana. No meio do caminho, ao parar para falar com outros motociclistas,  iniciou as critícas à movimentação do WhatsApp, afirmando que o acordo do serviço de mensagens com o TSE "não será cumprido".

"E já adianto. Isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo, sem problema. Agora, abrir uma excepcionalidade para o Brasil, isso é inadmissível, inaceitável, e não vai ser cumprido este acordo que porventura eles realmente tenham feito com o Brasil, com informações que eu tenho até o presente momento", declarou.

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