Política

Secretário de Paes ocultou patrimônio por meio de parentes, diz Procuradoria

Segundos investigações, há indícios de que ele e seus familiares adquiriram imóveis e automóveis com dinheiro obtido com propina cobrada em obras

Ex-secretário municipal de Obras do Rio, Alexandre PintoEx-secretário municipal de Obras do Rio, Alexandre Pinto - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O ex-secretário municipal de Obras do Rio, Alexandre Pinto, ocultou patrimônio obtido com propina por meio da própria mãe, mulher e filhos, afirma o Ministério Público Federal no pedido de prisão da Operação Rio 40 graus.

De acordo com as investigações, há indícios de que o ex-secretário e seus familiares adquiriram imóveis e automóveis com o dinheiro obtido com propina cobrada em obras no município.

Pinto foi preso na manhã desta quinta-feira (3) sob suspeita de cobrar 1% de propina sobre contratos de obra da Transcarioca e da recuperação ambiental da bacia de Jacarepaguá.

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Segundo o MPF, as aquisições ocorreram entre 2011 e 2015, período em que as obras ocorreram.

Em 2011, a mulher de Pinto, Érica de Castro Nogueira da Silva, adquiriu um imóvel de R$ 120 mil. A operação não foi declarada no imposto de renda do ex-secretário, de quem a esposa constava como dependente.

O mesmo ocorreu em 2012, quando o filho Carlos Victor Montenegro Nogueira da Silva adquiriu outro imóvel de R$ 60 mil. Em 2013, o ex-secretário adquiriu uma sala comercial de R$ 173 mil, sem declará-lo à Receita Federal.

O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) também identificou que o ex-secretário adquiriu com dinheiro vivo em 2013 um automóvel BMW X1 por R$ 123 mil. No mesmo ano, Pinto comprou o veículo Ford Edge por R$ 157,9 mil sem declará-lo à Receita.

Para os investigadores, caso tais aquisições tivessem sido declaradas, haveria uma variação patrimonial a descoberto por Alexandre Pinto, já que o aumento do patrimônio seria superior à sua disponibilidade financeira.

A Procuradoria indica ainda que a poupança de Renan Montenegro Nogueira da Silva, filho do ex-secretário, teve um salto no saldo de R$ 28 mil em 2014 para R$ 834 mil no ano seguinte.

Os investigadores detectaram também um depósito em dinheiro na conta da mãe do engenheiro, Sônia Regina Pinto da Silva, de R$ 130 mil em 2014.

Pinto ocupou a cúpula da secretaria de 2009 a 2016, por todo o governo Paes.

Funcionário de carreira da prefeitura desde 1987, Pinto foi o responsável pela licitação das grandes obras realizadas na cidade na esteira da Olimpíada - à exceção da revitalização da região portuária. Os contratos eram assinados por sua pasta ou por companhias vinculadas a ela.

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