Política

Sem ressaca e com freio de arrumação

O PSB elegeu 70 prefeitos no Estado, sendo a maior legenda a nível estadual

Gustavo Leite, professorGustavo Leite, professor - Foto: Brenda Alcântara/Folha de Pernambuco

Não deu tempo nem de haver ressaca eleitoral no PSB - ao menos, em Pernambuco. A semana foi movimentada por debates, já eleitorais, visando às eleições de 2018 e a sucessão interna na legenda. Embora o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, julgue o momento inadequado para permanecer no tema eleições, uma vez que acabou-se de sair de uma, alas diferentes da sigla passaram a semana movimentando peças no tabuleiro. No início da semana, o prefeito Geraldo Julio falou em necessidade de trabalhar a unificação, visando a um projeto presidencial próprio. Na esteira, socialistas de São Paulo já trabalhavam a tese de composição com um candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e, na sequência, houve reação de representantes do PSB em Pernambuco. O deputado federal Danilo Cabral defendeu projeto presidencial próprio. Nesse meio tempo, o irmão do ex-governador Eduardo Campos destilou mágoas em relação ao partido e ao Governo do Estado, tornando as relações internas ainda mais tensionadas. Passado esse tumulto, na segunda-feira, o dirigente nacional e o representante da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande, desembarcam no Estado para encontro de prefeitos eleitos e reeleitos da sigla. Vice-presidente nacional, o governador Paulo Câmara marcará presença no evento, que será realizado no Hotel Portal de Gravatá, no Agreste, às 9h. O anúncio da agenda foi feito ontem. Pode ser o momento de a direção nacional aproveitar para afinar o discurso e dar um freio de arrumação no quadro, um tanto tumultuado.

O PSB elegeu 70 prefeitos no Estado, sendo a maior legenda a nível estadual

Nenhum mar de rosas
Se entre membros do seu partido, o tema eleição nem chegou a sair da pauta com o fim do pleito de 2016, Carlos Siqueira adverte: “É como se nós estivéssemos em um mar de rosas no País e tivéssemos apenas que falar em eleição. Isso se torna coisa menos importante porque precisamos nos debruçar sobre temas que o País está enfrentando. Esses temas me interessam”.
Trégua > Siqueira diz ainda o seguinte: “Nós acabamos de sair de uma eleição. Vamos ter ano eleitoral e o País está cheio de problemas gravíssimos”. Cita reformas como a política, a fiscal, a questão da Educação. “São os temas que, partidos devem se dedicar, agora, e dar uma tregua com esse tema de eleição, sejam eleições internas no partido, seja eleição de 2018 que as pessoas querem por fina força que se fale sobre isso”.
Visão > A despeito das diferentes linhas de pensamentos que convivem no PSB, Carlos Siqueira não vê rusgas com representantes da ala pernambucana. “Sempre tive e tenho a melhores relações com Paulo Câmara e com Geraldinho”, registra o presidente, referindo ao prefeito Geraldo Julio.
Sem bronca > O dirigente prefere não opinar sobre postura adotada por Antônio Campos, que chegou a definí-lo como alguém que o protegeu na sigla contra ação do PSB local. “Não tenho problema com ninguém, nem com Antônio também. São pessoas que tenho no maior apreço”.
Antiguidade > Siqueira conclui: “Nunca percebi nenhuma animosidade deles em relação a mim, muito embora sejam pessoas mais recentes no partido e eu bem mais antigo. Não tenho conhecimento de que haja qualquer ressentimento”.
Despedida > De todos os deputados federais que disputaram eleição majoritária, este ano, em Pernambuco, Anderson Ferreira foi o único eleito e está na contagem regressiva para deixar a Câmara Federal.
Rotina > O republicano ainda organiza a equipe de transição. E, na segunda, retoma a rotina na Câmara Federal. Chegou a ir a Brasília no período eleitoral, mas de forma espaçada.
Sem sucesso > Além de Anderson, os outros nomes da Câmara Federal que concorreram foram: Betinho Gomes, Adalberto Cavalcanti, Luciana Santos, Daniel Coelho e Severino Ninho.

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