Ter, 09 de Dezembro

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Ex-primeira-dama

"Só o Supremo poderoso poderá dizer", diz Michelle sobre possibilidade de Bolsonaro ser preso

Ex-primeira-dama se referiu ao marido, que está inelegível, como 'ex e futuro presidente do Brasil'

Michelle BolsonaroMichelle Bolsonaro - Foto: Instagram/vídeo/reprodução

A ex-primeira-dama MIchelle Bolsonaro comentou nesta sexta-feira a possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro ser preso.

— Só o Supremo poderoso poderá dizer — disse Michelle.

Após o ex-presidente Jair Bolsonaro ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que sustenta que ele liderou uma trama golpista, ex-primeira dama Michelle Bolsonaro se queixou nesta sexta-feira que seu marido é alvo de “perseguições” e passa por “momentos difíceis”.

Sem citar diretamente a denúncia da PGR, Michelle usou seu discurso em um evento organizado pelo PL para pedir que os apoiadores do ex-presidente “não desistam”.

– Ele (Bolsonaro) não tem projeto de poder, ele tem paixão pelo nosso Brasil. É por isso que ele está aqui passando por tantas dificuldades e por tantas perseguições. Nunca mais tivemos um dia de paz, mas louvado seja Deus porque nessa luta, nesses dias tão difíceis, o Senhor tem nos forjado, nos fortalecido e nós estaremos de pé. Não desistam da nossa nação, permaneçam firmes porque do lado de cá permanecemos firmes. Não desistam, não vão nos calar.

Segundo a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que embasou parte das conclusões da PGR, Michelle, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, e os ex-ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil e Cidadania) e Gilson Machado (Turismo), o senador Jorge Seif (PL-SC) e do general Mário Fernandes, faziam parte do grupo de radiciais que pressionavam Jair Bolsonaro a "fazer alguma coisa" para se manter no poder após ter perdido a eleição.

Em outro momento, Michelle usou um discurso religioso para reforçar que o momento vivido pelo marido é “difícil”.

– O povo dessa nação será liberto e toda essa mentira cairá por terra. O povo de bem está acordando, não vai desistir do nosso Brasil. É só um momento difícil que nós estamos passando. Deus permitiu esse momento que a gente pudesse comparar entre o governo justo e o ímpio. Quando o justo governo, o povo se alegra. Quando o ímpio governa, o povo geme e é isso que estamos vendo.

Ela ainda se referiu a Bolsonaro como “ex e futuro presidente do Brasil” e disse que “se Deus quiser ele vai voltar” a ser presidente. Bolsonaro está inelegível por decisão da Justiça Eleitoral após ter atacado a legitimidade do sistema eleitoral. Mesmo assim, ele sustenta que irá registrar sua candidatura em 2026.

Na denúncia, a PGR sustenta que o ex-presidente participou de uma trama golpista para se perpetuar no comando do Poder Executivo e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A defesa do ex-presidente diz que ele "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam" e que acredita que a "denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário".

De acordo com a acusação, ele cometeu os crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. O ex-presidente foi apontado como o líder do grupo.

Ao participar do evento, Michelle também criticou o ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, que assumiu o cargo em janeiro após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolver fazer uma reformulação na comunicação do governo.

– Não adianta contratar marqueteiro vendendo sonhos porque a realidade do nosso povo no dia a dia está falando por si só. Não adianta falar que comer alimentos com prazo de validade vencido não tem problema. Isso são narrativas, mentiras e o povo acordou. É só para justificar o erro que eles estão cometendo.

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