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Política

Tamanho do apoio à reforma é desafio dos governadores

É consenso que, em algum momento, os gestores terão que apoiar

Paulo Câmara (PSB)Paulo Câmara (PSB) - Foto: Rafael Furtado/ Folha de Pernambuco

Até a reunião que terão, no próximo dia 8, com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, o desafio dos governadores é chegar a um denominador comum sobre o tamanho do apoio que darão à Reforma da Previdência. Os gestores de executivos estaduais têm convicção de que, se não houver algum movimento pró-reforma, não terão também gesto do Planalto em socorro aos Estados. Isso foi à pauta do Fórum de Governadores anteontem. Em algum momento, terão que declarar apoio à reforma. Nos bastidores, a movimentação de partidos do centrão no sentido de retirar da proposta, na Comissão Especial, a vinculação das regras de aposentadoria proposta aos servidores da União ao funcionalismo de Estados e municípios, é lida como uma forma de pressionar os gestores a abraçarem a "causa". Presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira convocou reunião do Diretório Nacional para, hoje, às 8h30. Siqueira já se mostrou pró-fechamento de questão contra a reforma e o diretório é formado por uma ala mais orgânica. A opinião de Siqueira pesa sobre os membros. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, por sua vez, é a favor de discutir a reforma, mas não abre mão da retirada de pontos como a capitalização, a desconstitucionalização, mudanças no BPC e na aposentadoria do trabalhador rural. São os tópicos que constam na carta dos governadores do Nordeste. Sobre parte deles, há entendimento no sentido de o governo ceder, mas a capitalização e a desconstitucionalização são vistos como alvos de maior resistência. O PSB deve deliberar sobre a posição oficial e a condição dos três governadores da sigla, Paulo, Renato Casagrande (ES) e João Azevedo (PB) pode pesar.

 

 

Ajudinha do “centrão”

 

A oposição tem 12 membros na Alepe, mas a PEC que vincula as emendas parlamentares ao orçamento, de autoria da frente parlamentar instalada para fiscalizar os orçamentos federal e estadual, teve, ontem, no plenário da Casa de Joaquim Nabuco, 30 votos a favor. Deputados brincavam que o “centrão” ajudou os oposicionistas. Leia-se: governistas deram recado ao Palácio.
Nem...> Quando o presidente da CCJ, Waldemar Borges, subiu à tribuna para justificar o voto a favor da PEC 4/2019, deu-se um silêncio geral no plenário. Nas coxias, comentava-se que raras vezes se viu os deputados tão atentos ao discurso de alguém.
...um pio > Já havia se dado o acordo que levou a PEC a retornar à CCJ para receber emendas e Waldemar, que é socialista, na tribuna, avisou o seguinte: “Serei sempre contra quem quiser fazer da força um argumento”. Dado o recado, ninguém dava um pio, só ouvindo.
Vitória 1 > O presidente do PSL e deputado federal, Luciano Bivar, comemora a primeira vitória da CCJ, que aprovou o parecer pela admissibilidade da Reforma da Previdência.
Vitória 2 > Segundo Bivar, o PSL foi fundamental. “Vamos aguardar, agora, o próximo passo que é a tramitação na Comissão Especial, onde será analisado o mérito do texto”, pontua.
Não quer... > Diante de informações dando conta de que o governo estaria hipotecando um extra de R$ 40 milhões em emendas a cada deputado que votar a favor da reforma da Previdência, o deputado Danilo Cabral observa que o governo “abriu a velha caixa de ferramentas na discussão”.
...calar > “Começou o toma lá dá cá”, diz ele, “com promessa de emendas e ocupação de cargos”. E questiona: “Velha política, é assim que ainda se chama, né?”.

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