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Tarcísio afirma que SP tem pobreza e defende 'critério justo' para fundo de desenvolvimento regional

Governador propôs mudanças na reforma tributária, para que número de beneficiários do Bolsa Família no estado seja considerado na divisão de recursos para políticas sociais

Tarcísio de FreitasTarcísio de Freitas - Foto: Mauro Pimentel/AFP

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a defender ajustes no texto da reforma tributária para mudar as regras do Conselho Federativo e os critérios de acesso aos recursos do Fundo de Desenvolvimento Regional. Na manhã desta terça-feira, durante agenda em Ferraz de Vasconcelos, na região metropolitana da capital, ele disse estar "comprometido" com o projeto, mas destacou que o estado não pode ser considerado rico, ainda que responda por 31% do PIB do país.

"A espinha dorsal da reforma tributária, a questão do princípio do destino, o IVA dual, a tributação de base ampla, a transição federativa, tudo isso é pacífico e não tem divergência. Tem algumas questões que dizem respeito à preservação do federalismo e a gente tem uma crítica ao modelo que está lá. A partir do momento em que o IVA é dual, a gente tem que respeitar a autonomia dos estados e ter alternativa para transacionar os créditos com velocidade. O que a indústria quer é que esses créditos estejam disponíveis de forma imediata, e a proposta que a gente está fazendo de câmara de compensação garante isso", afirmou Tarcísio.

O governador, que tem feito oposição à proposta atual de reforma tributária, diz que é preciso haver "critério justo para distribuição de recursos do fundo de desenvolvimento regional" entre os estados.

"O pessoal parte do pressuposto: ‘ah, São Paulo é estado rico, tira dinheiro do Fundeb (conjunto de fundos que financia a educação básica), tira dinheiro dos royalties. E a gente tem aqui desigualdades sociais, pobreza e pessoas que precisam ser assistidas. É preciso chegar num equilíbrio porque 22% da população está aqui, você tem a maior quantidade de beneficiários do Bolsa Família do Brasil, a maior quantidade de favelados do Brasil, a maior quantidade de pessoas que moram em palafita no Brasil, maior quantidade de moradores de área de risco no Brasil e você tem que ter recursos para fazer política social também. A gente tem que botar o devido peso nisso", ressaltou o governador de São Paulo.

Tarcísio defendeu ainda que haja mecanismos que funcionem como garantia de que o estado possa honrar créditos tributários.

"Tem uma falta de confiança, às vezes, com relação ao estado honrar o repasse, mas também tem mecanismo para isso, de garantia, contragarantia, União entrando como garantidor, se valendo dos fundos constitucionais (...). Hoje, com o processamento eletrônico, você pode estabelecer um período de acerto de contas para fazer essas transações imediatas, não tem dificuldade", disse ele.

 

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