Política

Tom do PSB com o PT é outro após soltura de Lula

Siqueira verbaliza o que já ganhava eco nas coxias

Carlos Siqueira e LulaCarlos Siqueira e Lula - Foto: divulgação

Em Pernambuco, estado hegemônico no PSB, a impaciência de socialistas com os petistas já vinha soando mais nítida há algumas semanas. Os sinais ficaram mais intensos depois da passagem do ex-presidente Lula pelo Estado, marcada por gestos dirigidos aos prefeituráveis João Campos e Marília Arraes. Os socialistas, ali, já pareciam cientes de que o projeto majoritário do PT no Recife estaria sacramentado. Em meio a essa conjuntura, o próprio João Campos defendera o seguinte: "O PT tem que fazer avaliação interna do que eles querem. O PSB sabe o que quer". Deu eco ao que correligionários já pontuavam nos bastidores: "O que o PT vai fazer é problema deles". Após a Conferência Nacional da Autorreforma do PSB, na semana passada, aliados começaram a detectar que o tom na legenda mudou "depois que o ex-presidente Lula deixou a prisão". "Eles perceberam a consolidação da candidatura de Marília e o tom radical de Lula que, no lugar de ampliar, está estreitando o tamanho dele junto à população", analisou um governista.

Na esteira desse movimento, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, em entrevista a O Globo, definiu como "estranha” a declaração de Lula “após sair da prisão". Então, avisou: "Não vamos aderir a quem não quer apoiar ninguém, com todo o respeito ao PT". Siqueira disse ainda que "entre PT e Brasil, o PT sempre escolhe a si mesmo". Argumentou ainda que "faltou grandeza ao PT". Naturalmente, a posição de Siqueira não está desalinhada da cúpula do partido, que tem como vice-presidente Paulo Câmara e como secretário nacional o prefeito Geraldo Julio.


 

 

Junto e misturado

 

Já faz um tempo que os deputados federais Felipe Carreras e Daniel Coelho, embora militando em campos opostos, vêm esbarrando numa convergência de votos. Leia-se: os dois costumam votar de forma coincidente em matérias diversas. Muitas vezes, a coincidência se dá em pautas liberais. Ontem, eles formalizaram a apresentação de emendas complementares relativas ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad).
A parte... > Líder do Cidadania, Daniel Coelho propôs uma emenda, cujo objetivo é impedir a cobrança do imposto recolhido pelo Ecad em festividades como casamento, bodas, aniversários e outros eventos familiares, assim como em cerimônias religiosas e fúnebres.
...que falta > Felipe Carreras, por sua vez, propôs delimitar a forma da cobrança e sua divulgação, visando a maior transparência e eficiência. Em outras causas, Carreras, Daniel e, por vezes, Pastor Eurico, têm votado em sintonia. Na semana passada, os dois e Raul Henry votaram contra o aumento do fundo eleitoral. Ambos têm o nome ventilado para concorrer à Prefeitura do Recife mas, para Carreras, dada a conjuntura no PSB, o plano parece mais distante.
Franco e... > O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco terá, no Recife, um bate-papo, na próxima segunda, sobre as “Perspectivas Econômicas para o Brasil de 2020”, com o jornalista Gerson Camarotti durante o 3º Encontro Unimed Recife.
...Camarotti > Será no Teatro RioMar às 18h30. A conversa se dará em torno da conjuntura nacional, abordando recuperação econômica, previdência e a necessidade de novas reformas.
Gratuidade e... > O secretário de Desenvolvimento Social, Sileno Guedes, garantiu que o governo vai regulamentar a gratuidade do transporte intermunicipal para a pessoa com deficiência.
...mobilidade > Além de programas como o PE Conduz e Olhar para as Diferenças, o segmento terá acento preferencial no transporte de todas as regiões. Sileno falou da providência, ontem, durante a Conferência da Pessoa com Deficiência.

 

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